Comentário à missa deste domingo XVIII
tempo comum, 2 agosto de 2015
A missa deste
domingo segue a mesma temática do domingo passado. A abundância de Deus, que se
manifesta sempre com um desejo enorme que cada pessoa encontre sempre o
necessário para estar bem de saúde, alimentada convenientemente e acima de tudo
que seja muito feliz. São estes os desejos de Deus para todos nós. Quando eles
ainda não existem, devemos sentir que nos falta trabalhar mais intensamente
para que a ninguém falta estas qualidades para a vida ser verdadeira vida.
A primeira
leitura da missa deste domingo, recorda que Deus dá o necessário a cada um e
"proíbe" juntar mais do que esse necessário, porque, efectivamente,
ir além do necessário resulta sofrimento. Por um lado, emerge a tentação do
"ter" em detrimento do "ser", a ganância marca o passo, a
ambição desmedida torna-se regra de vida. Por outro, a sofreguidão do
"ter" produz mais famintos e faz empobrecer populações inteiras. Os
desequilíbrios do mundo a este nível são dramáticos e um escândalo que nos
envergonha sobremaneira.
Por isso, não
admira nada que a meia dúzia de ricos, fica cada vez mais rica à conta de uma
enorme maioria cada vez mais pobre, esfomeada e mergulhada na pobreza, com
alguns já no limiar da miséria. É grave que as políticas não estejam contra
este estado de coisas.
Deus convida-nos
a não nos deixarmos dominar pelo desejo descontrolado da posse dos bens, a
libertarmos o nosso coração da ganância que nos torna escravos das coisas
materiais, a não vivermos obcecados e angustiados com o futuro, a não
colocarmos na conta bancária a nossa segurança e a nossa esperança. Só Deus e os
valores que Ele nos apresenta, são a nossa segurança, só n'Ele devemos confiar,
pois só Ele (e não os bens materiais) nos libertam e nos leva ao encontro da
vida definitiva.
São Paulo apresenta-nos um apelo à vida
nova. Isto é, cria um parâmetro sobre a nossa condição, "o homem
novo". Este faz parte do ideal de Deus. O homem novo será todo aquele que
integra a família de Deus, que não se conforma com a maldade, a injustiça, a
exploração, a opressão, porque procura a verdade, o amor, a justiça, a
partilha, o serviço. A humanidade nova pratica obras que se coadunam com a
beleza, a bondade e a estética de Deus.
O homem novo, não está de forma nenhuma
longe da misericórdia, da humildade, empenhado no bem para todos, com a maior
das alegrias e simplicidade. O homem novo, sabe quais são e vive seriamente os
valores de Deus. No Evangelho, Jesus recusa ser um simples mago, um
prestidigitador, que faz coisas espectaculares (por exemplo, fazer cair do céu
o maná).
O desejo de Deus para nós todos é
manifestar a abundância da paz e da felicidade, por isso, estejamos atentos ao
que a vida nos vai oferecendo e propondo para que possamos acolher o que nos
faz falta para nos tornarmos em cada dia "humanidade nova" aptos a
construirmos um mundo novo para todos.
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