Boa... Muita mentalidade inquisitorial
que ainda reina neste mundo e nesta Igreja terá que alterar-se para o dom da
misericórdia.
Primeira Missa Campal em Guayaquil, no Equador (Video e leitura AQUI)
"Maria (Nossa Senhora) não é uma mãe reclamadora, e tampouco uma
sogra que vigia para se regozijar com as nossas imperícias, erros e momentos de
desatenção. Maria é simplesmente uma mãe. Ela está aí, atenta e solícita"
"O
vinho é sinal de alegria, de amor, de abundância. Quantos dos nossos
adolescentes e jovens percebem que em suas casas faz tempo isso falta. Quantos
idosos se sentem deixados de fora da festa de suas famílias, em um canto",
clamou o Papa.
Vamos um pouco à nossa reflexão...
Francisco saiu
de Roma, onde está o Vaticano encravado na velha Europa que briga entre si
neste momento por causa de finanças, de dinheiro, não se importando nada com o bem
dos povos, com os valores da solidariedade ou da subsidiariedade, os tais
valores que foram a luz para fundar a união europeia.
O principal
habitante da velha Roma, o Papa, foi para a periferia, esse lugar de
excelência, eleito no início do seu pontificado para
a concretização da missão. Aí está despido do luxo milenar dos
vetustos corredores e das faustosas salas vaticanas. Está onde gosta de estar,
junto dos pobres, acolhendo-os e abraçando-os, para dizer a toda a Igreja que os
tempos do poder religioso que gerava privilegiados semi-deuses
terminou.
Não admira que
muita Igreja Católica, a começar pelo Vaticano até à
mais recôndita Diocese anseie pelo fim deste drama provocador chamado
Francisco. Muitos querem-no longe, desejam ver o seu cadáver, para que
tudo volte à normalidade dos dogmas anacrónicos desencarnados e aos
títulos honoríficos que privilegiam amigos iluminados, sedentos de se passearem
com as vestimentas ricas e luxuosas que impõem veneração e pretensa autoridade.
Neste ambiente,
é inquietante o silêncio estudado à volta de Francisco, mas esquecem os ávidos
do poder religioso vertical que nada será como dantes e que esta «revolução» do
Evangelho ao jeito de Francisco vai ser imparável e que nenhum vento contrário
será mais forte que o vendaval do Espírito Santo, que tem o seu epicentro no
Papa Francisco.
A força deste
Papa está no povo, nos seus gestos simples cheios de carinho com os mais pobres
e nas suas palavras que são mais vibrantes que o tom quase apagado da sua
voz.
As duas fotos
que se publicam neste banquete são bem reveladoras daquilo que dizemos e da
mensagem que tomamos de Francisco. Elas revelam onde está o seu alimento.
A primeira
imagem cala e enfurece ainda mais os instalados nos principados dos serviços do
Vaticano e nos palácios diocesanos de todo mundo.
A segunda foto
mostra-nos Francisco para quem é que veio. O homem do fim do mundo, frágil em
quase tudo o que é deste mundo, mas forte como o tempo, que nos revelou a senda
dos grandes profetas em tantos momentos da história... Não fora o chronos e o
que saberíamos de tantos gigantes como o profeta Isaías, Jeremias, Amós,
São Paulo, São Pedro e todos os outros que em cada tempo ou momento da
vida deste mundo se deram por inteiros à transformação do mundo, movidos pela
ação do Espírito misterioso da existência? - Francisco inscreve-se nesta
estirpe.
Porém, do que
sabemos deste mundo e da vida, já percebemos que Francisco convive com corvos e
lobos, ávidos pelo seu fim, porque a sua palavra fere os seus ouvidos e a sua
tradução do Evangelho desacomoda e condiciona sobremaneira o bem bom de muita
vidinha eclesiástica refastelada no luxo dos palácios.
Mesmo sem o
saber que conte o Papa Francisco com a nossa oração e com todo o apoio, para
que se mais nada o proteger, que não lhe falta os braços amorosos da «misericórdia
de Deus», que tanto gosta de proclamar para ser vivida por todos os que
estão investidos de responsabilidade na «sua/nossa» Igreja.
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