Vamos a isto… A crise acabou já para
determinados políticos. Daqui da Madeira, fala-se em 70 magníficos que irão
beneficiar de regalias (benefícios) que eles embrulham como se fossem direitos.
Pelo que vai no ar uma boa porção de
povo gosta que seja assim. Vota sempre nos mesmos. Os que os lixam e ainda lhes
agradecem. As sondagens para as próximas eleições voltam a ser bem reveladoras.
Um país que tolera que uma pequena parte
dos seus se banqueteiem desta forma, não tem futuro, não pode ter. Porque aceita
ter milhões de pessoas com pensões de miséria e outros tantos completamente
desamparados sem nenhum apoio que lhes permita viver dignamente.
Mas há mais. São quase três milhões de
pobres que deambulam por este país, 12,4% (cerca de 700 mil) estão desempregados,
milhares de jovens qualificados emigram porque o seu país não lhes proporciona
nenhuma oportunidade.
Mas vamos agora àquilo que é elementar
para que a vida não fosse um inferno. Os hospitais estão numa desordem, alguns
só e apenas são a ante câmara da morte, sem pessoal médico especializado, sem
enfermagem convenientemente apetrechada e sem as devidas condições para ser
tratada a sua população condignamente em termos de saúde. Por exemplo, no Hospital do Funchal aumentam as listas de espera, a produtividade diminui, há
menos cirurgias e menos consultas.
Há milhares de famílias que matam a fome
com as esmolas que os grupos de solidariedade e caridade vão providenciando.
No geral temos uma população desesperada
e envelhecida resultando na maior depressão coletiva sem precedentes na nossa
história.
É este drama que as «subvenções
vitalícias», os tais benefícios, que alguns sem vergonha apelidam de direitos
para ex-políticos, insultam descaradamente. Mas andam para aí umas virgens a gritar
isto com o menor despudor alto e bom som, como se o seu barulho alguma vez
viesse a nos convencer das suas razões estapafúrdias.
Espero que o bom senso prevaleça e que
passado o calor da campanha eleitoral, aquecida com esta polémica, faça prevalecer
todas as razões para se acabar com esta injustiça tremenda de que uns tenham
tudo e a grande maioria não tenha nada. Ontem alguém me dizia que em vez de
sortearam Audis de alta cilindrada fazendo favores aos alemães, porque não
sortearem uma pensão vitalícia… Quem sabe se por aqui o Fisco não seja entupido
com faturas? – É uma ideia…
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