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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Não podemos deixar apagar o facho

Vamos a isto… A crise acabou já para determinados políticos. Daqui da Madeira, fala-se em 70 magníficos que irão beneficiar de regalias (benefícios) que eles embrulham como se fossem direitos.
Pelo que vai no ar uma boa porção de povo gosta que seja assim. Vota sempre nos mesmos. Os que os lixam e ainda lhes agradecem. As sondagens para as próximas eleições voltam a ser bem reveladoras.
Um país que tolera que uma pequena parte dos seus se banqueteiem desta forma, não tem futuro, não pode ter. Porque aceita ter milhões de pessoas com pensões de miséria e outros tantos completamente desamparados sem nenhum apoio que lhes permita viver dignamente.
Mas há mais. São quase três milhões de pobres que deambulam por este país, 12,4% (cerca de 700 mil) estão desempregados, milhares de jovens qualificados emigram porque o seu país não lhes proporciona nenhuma oportunidade.
Mas vamos agora àquilo que é elementar para que a vida não fosse um inferno. Os hospitais estão numa desordem, alguns só e apenas são a ante câmara da morte, sem pessoal médico especializado, sem enfermagem convenientemente apetrechada e sem as devidas condições para ser tratada a sua população condignamente em termos de saúde. Por exemplo, no Hospital do Funchal aumentam as listas de espera, a produtividade diminui, há menos cirurgias e menos consultas.   
Há milhares de famílias que matam a fome com as esmolas que os grupos de solidariedade e caridade vão providenciando.
No geral temos uma população desesperada e envelhecida resultando na maior depressão coletiva sem precedentes na nossa história.
É este drama que as «subvenções vitalícias», os tais benefícios, que alguns sem vergonha apelidam de direitos para ex-políticos, insultam descaradamente. Mas andam para aí umas virgens a gritar isto com o menor despudor alto e bom som, como se o seu barulho alguma vez viesse a nos convencer das suas razões estapafúrdias.
Espero que o bom senso prevaleça e que passado o calor da campanha eleitoral, aquecida com esta polémica, faça prevalecer todas as razões para se acabar com esta injustiça tremenda de que uns tenham tudo e a grande maioria não tenha nada. Ontem alguém me dizia que em vez de sortearam Audis de alta cilindrada fazendo favores aos alemães, porque não sortearem uma pensão vitalícia… Quem sabe se por aqui o Fisco não seja entupido com faturas? – É uma ideia…        

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