À luz de muita
doutrina que vai produzindo o Papa Francisco, sempre cada vez mais à luz do
Evangelho de Jesus de Nazaré e menos centrada no rol doutrinário da Igreja
Católica cimentado pelo passar dos séculos, descobre-se que Jesus foi um
libertário, um pé no chão, uma humanista, um transgressor de leis que oprimiam
as pessoas, especialmente, os pobres e os simples.
É este Jesus prático,
livre de qualquer amarra que não somos capazes de ver actualmente... Porque
ainda persiste uma poderosíssima instituição como tão material como outra
qualquer, agarrada a regras ancestrais em nome do poder e da conservação de
riquezas. A avareza na Igreja é muito forte. A denúncia está posta a nu no
livro «Avareza» de Emiliano
Fittipaldi, o jornalista que passou um ano a investigar a gestão das finanças
das instituições que gerem os bens da Igreja Católica. A investigação resultou
no livro Avareza, e a fuga de informação que relata já mereceu o nome de
Vatileaks. Vai entrar no rol das próximas leituras e vai ficar a fazer com par
com os «Corvos do Vaticano», denunciado tão prontamente pelo Papa Bento XVI e
quiçá a razão mais forte para a sua renúncia.
A conversão a outra
forma de ser Igreja tem sido insistente por parte do Papa Francisco. É preciso
não ter medo e inspirar-se no destemido Jesus de Nazaré, quebrar o iceberg das
seculares amarras criadas para preservar as riquezas da Igreja e o poder de
alguns eleitos por amigos ou por reles carreiristas, depois avançar com uma Igreja que seja luz para os
tempos concretos em que vivemos. Basta que seja menos rubricista, mais humana e
aberta a todas as realidades da vida dos homens e mulheres de cada tempo. O
amor e a misericórdia de Deus serão as suas mãos para abraçar e não para
condenar.
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