O
Victor Cunha Rego dizia com a sua clarividência extraordinária que as dores, os
medos, as espontaneidades, os amores, os ódios são demasiado tímidos. Pretendo
com isto reflectir um pouco sobre os medos que nos invadem quotidianamente e
que, por vezes, podem coarctar as nossas acções para o bem e para o mal.
O
medo é um sentimento terrível. E são tantos os medos que nós podemos alimentar
todos os momentos da vida, mesmo que à partida confessemos que não temos medo
de nada.
Os
pais têm medo de perder os seus filhos, para a droga, para álcool e para a
prostituição. Os filhos podem ter medo de perder o apoio dos pais. Os
trabalhadores têm medo de perder o emprego e faltar-lhes o dinheiro suficiente
para gastar no fim de cada mês. Os cidadãos têm medo de sair à rua porque a
insegurança social é muito grande. Ninguém quer ser roubado, espoliado ou
espancado. Quase todos têm medo de serem presos, mas por isso não deixam de
infringir a lei. Há também o medo de se ver nas malhas da justiça, porque
implica ter que lidar com gente pouco honesta.
A
doença e a morte também são aspectos da condição humana que todos querem
exorcizar e o medo que provocam é incalculável, o estado da medicina também não
anima nada e o que se houve dizer dos lugares da saúde, provoca-nos, para além
do medo natural da doença, um terror insuportável.
Outros,
talvez não muito poucos, ainda terão medo de Deus. E quantos não terão medo do
diabo e das bruxas? - Resumindo, todos têm medo de alguma coisa, a vida é assim
mesmo. Para tudo há um remédio, o amor e se esse amor liberta, não haverá
medos. Um exemplo prende-se com o medo de Deus. Para o vencer, basta que deixemos Jesus nos convencer que Deus é amor e tudo virá por acréscimo.
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