Comentário à missa domingo
IX Tempo Comum, pode servir para quem vai habitualmente à Igreja no fim de semana, mas não só...
Para este domingo reserva-nos a Palavra
de Deus um ensinamento importante sobre a fé e a misericórdia.
A fé no poder salvador de Deus acontece
em todos os lugares, até de onde menos se espera. Por isso, o Evangelho dá-nos
conta de uma situação rara nos tempos de Jesus, um Centurião Romano, demonstrar
estima por um dos servos que jaz em cada doente, os romanos eram muito severos
com os seus servos e pouco ou nada se importavam com a sua saúde ou com a sua
morte. No entanto, deste Centurião em particular, corria entre os judeus boa
fama de ser um homem bondoso e de não ser a primeira vez que manifesta sinais
evidentes de compaixão.
Em todo o caso, importa salientar este
episódio surpreendente, um Centurião teve compaixão por um dos seus servos e
acreditando pede ajuda a Jesus. Um gesto profundamente humano e cristão.
Devemos sempre compadecer-nos daqueles que nos rodeiam e sempre que precisam de
apoio de qualquer ordem devemos recorrer a tudo para os ajudar e salvar.
Mais ainda nos desconcerta que Jesus
corresponde ao pedido do Centurião e misericordiosamente permite que se realize
o que lhe é pedido. O servo ficou curado, sem que Jesus tenha tido qualquer
contacto com ele, o Centurião tinha prevenido: «não mereço que entres em minha
casa, nem me julguei digno de ir ter contigo». O próprio Jesus também se admira
e se surpreende com a fé do oficial romano, «Digo-vos que nem mesmo em Israel
encontrei tão grande fé», diz Jesus.
Há tanta gente quebrada, sofrida,
enxovalhada e jogada ao canto do caminho, mas que quando se dirigem cheios de
fé ao encontro de Deus, logo aparecem mãos de anjos, pés de bondade e corações
plenos de amizade a realizarem o milagre da cura pelo cuidado, pela palavra
solidária e pelo gesto cheio de carinho. Deus não falha e sempre providência os
melhores caminhos para curar e salvar.
Há ainda tanta gente adoecia em todas as
vertentes da existência. Há tanta gente com a alma quebrada, sofrida,
rejeitada. É na vida conjugal, no relacionamento com os filhos, no trabalho, na
escola ou na igreja. Não importa onde for, com que distância estiver, basta uma
palavra de Jesus. É o Centurião que nos ensina como fazer e dizer: «Basta uma
palavra Tua e o meu servo será curado». E assim disse o poeta: «Amo como ama o amor. Não
conheço nenhuma outra razão para amar senão amar» (Fernando Pessoa). Só em
Jesus vemos esta verdade tão forte e tão límpida.
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