Realmente, é preciso serenar e começar a
pensar no essencial relativamente à escola. O que devia estar em debate não
devia ser tanto o dinheiro que vai para a escola pública ou privada.
Por um lado, é bom que se defina que a escola
pública deve ser sustentada pelo Estado, isto é, os impostos de todos os
cidadãos, até mesmo os daqueles que não têm filhos. Ponto.
Por outro, a escola privada seja paga
por quem exerce a tão badalada «liberdade de escolha», como eu faço quando
exerço a liberdade de escolha em tantas coisas da vida, na saúde, no carro, nas
viagens, na casa, no restaurante onde vou almoçar ou jantar e até na tasca onde
vou tomar um copo com os amigos…
Por isso, vamos ler o seguinte texto que
faz centrar o debate naquilo que é deveras importante relativamente às escolas.
Este texto permite vermos que a Igreja Católica não alinha toda pela mesma
bitola e demonstra que uma enorme porção da Igreja Católica preocupa-se
verdadeiramente com a escola e tem ideias claras quanto e como devem ser a
escolas, a começar, obviamente, dentro do clero.
Vamos ao texto do Padre Hélder Lopes:
Que escola queremos?
Há muito tempo que a sociedade não era
confrontada de forma séria com esta pergunta. Agora que é levantada a questão,
temo que não haja tempo para ouvir as respostas da sociedade! Que escola
queremos?
Mais importante que uma discussão sobre
se deve ser pública ou privada; mais necessário que óptimas condições físicas e
estruturais; queremos uma escola estável, com um bom corpo docente. Queremos
alunos motivados e professores que cuidem deles como pais. Queremos uma escola
de excelência, aberta, capaz de incluir, que seja capaz de perceber o contexto
em que se insere e aproveitar as potencialidades de todos.
Que escola queremos? Não queremos uma
escola meramente académica ou científica, que afaste o conhecimento da
realidade. Queremos uma escola que eduque cidadãos, e - se não for pedir muito
- que eduque cristãos. Queremos uma escola que esteja atenta à formação humana
integral, aos valores académicos, cívicos, culturais, religiosos, políticos e
sociais. Queremos uma escola que ensine valores e virtudes humanas. Queremos
uma escola que ensine os valores humanos, a liberdade, a igualdade, a
fraternidade; queremos uma escola que ensine as virtudes cardeais, a
sapiência/prudência, a justiça, a força e a temperança. Queremos uma escola que
seja casa de comunhão, que ensine a importância do respeito, da tolerância e da
união.
Que escola queremos? Queremos uma escola
que ensine a importância da família, a importância da fé, e a importância da
integridade.
Que escola queremos? Queremos uma escola
que seja uma segunda casa para todos. Queremos uma escola de portas abertas à
sociedade, onde as nossas crianças e jovens se possam tornar o nosso futuro.
Padre
Hélder Lopes
Excerto
da homilia de 28 de maio de 2016| Igreja Paroquial do Sabugal
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