1. Nada de novo quanto
a este título. Nem sempre a religião estabelece verdadeira «comunhão» com os
fundamentos da sua razão de ser. No caso da Religião Cristã falamos do
Evangelho do Seu Mestre Jesus Cristo.
2. Não é nada de novo
relativamente à ideia de que às vezes a religião cristã - embora para sermos
mais honestos, deve-se dizer o catolicismo - é «inimiga» do Evangelho. Tudo
começou com Aquele que falava do Evangelho – que significa Boa Notícia para os
pobres ou para a humanidade, porque é a maior novidade da história de salvação
universal pelo amor contra todas as formas de violência, essa realidade
tenebrosa que sempre fez nortear a humanidade inteira sempre em prejuízo para
si mesma. É de Jesus Cristo que falamos. Por essa causa foi morto,
insultuosamente pregado numa cruz, a condenação mais aviltante, por isso,
reservada para os piores criminosos.
3. Duas distinções
importantes a fazer-se para que se perceba os consequentes comportamentos.
Primeira, o Evangelho é desprendimento, liberdade de pensamento e de vida.
Segunda distinção, faz entrar na vida concreta de cada pessoa a misericórdia, a
inclusão de todos, solidariedade com as vítimas, a libertação dos pecadores e
dos pobres, enfim, é a prática do amor com todos e para todos.
4. Toda a religião tem
doutrina a todos os níveis, que até pode ser na prática a mais luminosa e
teoricamente a mais lúcida do mundo. Mas, toda a religião com poderes, com
hierarquias, com interesses, com vida cómoda, com economia e finanças para
gerir… Não se lhe distingue diferença alguma, porque tem uma lógica mundana e
que se coloca ao mesmo nível de qualquer outra organização humana, viola
descaradamente os seus princípios originários e esquece tudo o que ensinou e exemplificou
o seu Mestre.
5. Por aqui podemos
deduzir, porque anda debaixo de fogo constante o Papa Francisco e tantos outros
que em nome do Evangelho reclamam que a religião se torne verdadeiro serviço
para todos. Assim, se percebe também que os verdadeiros inimigos do Evangelho
não estão fora do âmbito religioso, mas dentro, particularmente em todos
aqueles que não abdicam da vida principesca que a oportunidade da religião lhes
confere.
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