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sábado, 16 de dezembro de 2017

A sorte dos profetas

Ao sétimo dia
1. Estava Elias serenamente na praça do fogo
Sem descanso falava de Deus pela língua do lume
O luminoso e único da criação,
Lutador incansável da idolatria por toda a parte
Mais ainda contra a corrupção de Acab e Jezabel
E sem demora e implacável
Fez soar os grilhões da perseguição da morte.
Profeta como um fogo que derrete
O ferro e o tempo pela palavra,
No sonho universal da libertação.
Não morreu a Palavra ardente do criador
- Elias foi elevado ao céu na crista do lume do amor.
2. Noutro reflexo espelhado da história não menos cruel
Veio João Batista despojado e simples no deserto,
Mendigo que se alimenta de gafanhotos e mel,
É voz antes imperceptível, não é Messias
É profeta, é primo, é irmão… O desejado,
Porém morto sem cabeça no prato frio do ódio
Manchado pela intriga venenosa sem perdão
Foi o preço da verdade única reclamada
Sobre a mesa da rejeição foi vil negócio
- É João humilde servo das sandálias do Mestre.
3. No momento derradeiro o rejeitado chegou  
Não se revestiu das vestes do triunfalismo
Para uns não era o Messias esperado,
Nem menos ainda o libertador poderoso.
Pobre, despojado e abandonado
Morreu na cruz, tudo está consumado.
Mas naquele «Glória das alturas, paz na terra»
Soou a Boa Nova do profeta dos profetas
Ele veio, Ele foi, Ele está, Ele vem, Ele virá… Sempre,
No coração das gentes em todos os tempos
Pois é resposta, é dom como pão alimento
Bem vincado sobre a vida quando é reino espiritual
Em cada gesto simples derramado em vida
- Fermento fecundo do amor humano e divinal.
JLR

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