Ao sétimo dia
1.
Estava Elias serenamente na praça do fogo
Sem
descanso falava de Deus pela língua do lume
O
luminoso e único da criação,
Lutador
incansável da idolatria por toda a parte
Mais
ainda contra a corrupção de Acab e Jezabel
E
sem demora e implacável
Fez
soar os grilhões da perseguição da morte.
Profeta
como um fogo que derrete
O
ferro e o tempo pela palavra,
No
sonho universal da libertação.
Não
morreu a Palavra ardente do criador
-
Elias foi elevado ao céu na crista do lume do amor.
2.
Noutro reflexo espelhado da história não menos cruel
Veio
João Batista despojado e simples no deserto,
Mendigo
que se alimenta de gafanhotos e mel,
É
voz antes imperceptível, não é Messias
É
profeta, é primo, é irmão… O desejado,
Porém
morto sem cabeça no prato frio do ódio
Manchado
pela intriga venenosa sem perdão
Foi
o preço da verdade única reclamada
Sobre
a mesa da rejeição foi vil negócio
-
É João humilde servo das sandálias do Mestre.
3.
No momento derradeiro o rejeitado chegou
Não
se revestiu das vestes do triunfalismo
Para
uns não era o Messias esperado,
Nem
menos ainda o libertador poderoso.
Pobre,
despojado e abandonado
Morreu
na cruz, tudo está consumado.
Mas
naquele «Glória das alturas, paz na terra»
Soou
a Boa Nova do profeta dos profetas
Ele
veio, Ele foi, Ele está, Ele vem, Ele virá… Sempre,
No
coração das gentes em todos os tempos
Pois
é resposta, é dom como pão alimento
Bem
vincado sobre a vida quando é reino espiritual
Em
cada gesto simples derramado em vida
- Fermento
fecundo do amor humano e divinal.
JLR
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