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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O regresso à família

Pão quente da Palavra:
Domingo da Sagrada Família
Perante as múltiplas barbaridades que a sociedade actual apresenta, estão a tornar-se muito frequentes as opiniões que defendem o regresso à educação tradicional. Outros ainda vão mais longe, tendo em conta que os comportamentos que alguma sociedade apresenta, defendem que a verdadeira educação só pode ser garantida pela família tradicional.
Obviamente, que diante destas perspectivas muitos acharão que estamos perante o regresso a um conservadorismo piegas, compreensível apenas nos meandros de uma qualquer instituição de caris religioso. A questão é mais séria do que se pensa, neste caso não contam os preconceitos, é preciso antes de tudo colocar o dedo na ferida e procurar curá-la.
Antes de mais, é necessário salvaguardar que dizer o "regresso à família tradicional" é apenas uma forma de reforçar a ideia. Por isso, dizer "regresso à família tradicional" é o mesmo que dizer "só uma verdadeira família pode ser criadora de homens e mulheres autênticos para viverem em sociedade". Não se trata propriamente de um regresso, mas antes de um tomar a sério os valores que só as famílias podem incutir no coração daqueles que gera.
Todos os problemas actuais de violência e de perversão sexual, têm uma origem comum, a família ou a ausência dela. Na maioria dos casos a origem radica no mau ambiente familiar, isto é, são filhos de pais alcoólicos ou de mães irresponsáveis que pura e simplesmente abandonaram os seus filhos.
Ambientes familiares onde predominam, a demissão frequente dos pais, a palavra ensurdecedora e a pancada como único método de resolução de problemas e como única forma de impor autoridade, só podem gerar gente insensível, violenta, desonesta, corrupta e perversa sexualmente.
Quando se fala em regresso à família tradicional, falamos de que é necessário retomar a transmissão dos valores no seio familiar. A verdadeira educação para a liberdade e para a sexualidade integrada nunca pode ser transmitida por terceiros, mas sim pelos pais que devem ser os principais amigos dos filhos. Se os filhos não encontram abertura para o diálogo com os pais, procurarão fora de casa entre os companheiros, que é a pior forma para aprender tudo o que diz respeito à intimidade.
Quando se fala de educação sexual nas escolas, penso que é uma boa medida e que pode ser um complemento daquilo que as crianças, os adolescentes e os jovens aprendem no seu ambiente familiar. Porém, dessa educação sexual é preciso desconfiar sempre, porque na maior parte dos casos reduz-se a pura informação sexual. Ora, informação é fácil de se fazer e está aí à mão de todos, mas verdadeira educação, com referências positivas, só portas adentro e no segredo da intimidade, da afectividade e do amor. Quem melhor pode realizar isto verdadeiramente? - Só os pais.

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