Pão quente da Palavra
As leituras do 3º Domingo do Advento revelam-nos que Deus não se esqueceu
do seu povo e que tem um plano de salvação e de vida em abundância para fazer
passar a humanidade à luz da felicidade.
Logo no primeiro texto tirado do profeta Isaías, é apresentada a Boa Nova
de Deus, que consiste em anunciar a esperança de um tempo novo, onde Deus fará
acontecer a felicidade da salvação para todos, particularmente, para os pobres,
porque estes em todos os tempos são as vítimas indefesas dos poderosos que
nunca se fartam. E, obviamente, que a predilecção de Deus é precisamente para
estes. A visão do profeta assinala que Deus, tudo fará para que a tristeza que
se tornou o pão quotidiano dos pobres seja dissipada e venha um tempo cheio de
luz que fará sorrir quem teve a má sorte de ser vítima da ganância dos
dominadores das sociedades.
São Paulo apresenta como se faz esta descoberta de Deus à comunidade de
Tessalónica para que esse tempo novo possa surgir. Este apelo encaixa-se
perfeitamente em qualquer comunidade esteja onde estiver em todos os tempos
históricos.
Paternalmente transmite práticas, exortações, lembrando que o Evangelho não
lhes foi pregado somente com palavras, mas com eficazes manifestações do
Espírito Santo, que os estimulava a se tornarem imitadores do Senhor e dos
Apóstolos, apesar das tribulações de cada dia. Dessa forma, eles se
concretizariam como modelo para os fiéis não só da Macedônia e da Acaia, mas
para todos os que creem no Deus Vivo e Verdadeiro.
O Apóstolo realça a necessidade de se progredir na busca de um maior
polimento espiritual, cultivando a santidade e lembrando-lhes os seus
ensinamentos de como devem viver para agradar mais a Deus, exercitando o amor
fraterno, apartando-se da luxúria, tratando a esposa com carinho e respeito,
sem se deixar levar pelas paixões desenfreadas do mundo.
Para São Paulo todos ressuscitarão mesmo aqueles que estão adormecidos
(mortos). Ninguém sabe o momento e a hora, por isso, todos devem viver
como verdadeiros «filhos da Luz» e não como «filhos das Trevas». Vivendo
dignamente e permanecendo preparados para a chegada do Senhor. Paulo pregava
uma cristologia que insistia na vinda iminente do Senhor Ressuscitado. Por
isso, apela insistentemente: «Não apagueis o Espírito…» e aconteça o que
acontecer «vivei sempre na alegria».
O Evangelho apresenta-nos João Baptista, a «voz» que prepara os homens para
acolher Jesus, o salvador do mundo. A principal preocupação de João não é
centrar em si próprio a atenção dos que o escutam, mas apontar para Jesus,
Aquele que Deus envia ao mundo para fazer da vida uma festa que se recheia com
o dom da paz e da felicidade, que se vive na liberdade, na fraternidade e no
respeito para com todos os que no rodeiam.
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