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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Meu Deus... e quiçá de outros também

Deus e eu

Miguel Guarda,
no seu/nosso «Deus e eu» com muitos pedidos orantes cheios de inquietude, que são também os nossos e a nossa perplexidade. Obrigado amigo e que Deus nos ajude a ver claro e com critério. A oração só tem efeito concreto quando para esse caminho conduz as atitudes dos que rezam…
Escrevo-te esta simples e singela carta na sequência de um pedido do meu amigo padre José Luís Rodrigues que, como sabes, cumpre religiosamente as regras mais elementares da Igreja, ao contrário de outros sacerdotes – desculpa tratar-te por tu, mas julgo que já termos este à-vontade, suficiente para tratar-te assim, embora como sabes nem sempre tens dados ouvidos às minhas preces.

O desafio era abordar “Deus e Eu”. Permite-me colocar o ‘Eu’ em letra grande, não para estar à altura dos teus atributos ou qualidades de omnipresença, omnipotente, omnisciente, perfeito, santo ou imutável, qualidades que estou longe de ser, acredita, mas porque entendo que está na altura de olharmos um para o outro, olhos nos olhos.

Deixa-me pedir-te algo até porque tenho visto tantos amigos meus pedirem coisas inusitadas e até se têm safado bem, de resto, a este propósito, acho que sabes bem que eles só pensam em ti na hora do aperto, sabes disso, não sabes? –, o mundo onde vivo está débil de valores e há valores morais que se perderam, fruto de uma sociedade consumista onde as governações são feitas, cada vez mais, através de uma folha de Excel.

Peço-te que, neste Advento, faças chegar aos homens valores éticos e morais. Para que se acabe com escândalos financeiros que tornam as sociedades corruptas em prejuízo dos mais frágeis e desfavorecidos.

Com a chegada desta quadra, o tempo é de esperança e de espera. Esperança num mundo melhor, mais solidário, isento de pecado e perfeitamente justo. É isso que tento fazer, embora reconheça que não seja tão perfeito quanto tu és. Sou pecador, sou sim senhor e não me orgulho disso, porém procuro a fraternidade, a paz e o amor, sabes que é assim.

Suplico-te que não deixes as ‘raríssimas’ estragarem as outras instituições que verdadeiramente têm um papel para prover tudo o que o cristão necessita – acredita em mim que existem outras ‘raríssimas’ que desempenham papel meritório e sem truques de luxuria, avareza ou de vaidade. Eu sei que tu sabes que, lá como cá, existem muitos mais homens íntegros que Paulas Britos e Costas.
Mas deixa-me pedir-te que chegues ao coração dos homens que perseguem as suas conquistas políticas, sem olhar a meios. Que lhes avives a memória que uma estrada só terá utilidade se tiverem pessoas para lá caminhar – perdoo-te se pensares na cota 500 –, que um novo Hospital só terá efeito positivo se cuidarem do actual e garantirem a saúde dos que vão erguer o futuro hospital.

Apelo para que protejas o nosso Papa Francisco, alguém que veio dar um novo alento e uma nova vida a uma Igreja que precisa de se renovar – renovar não é renovadinhos –, e que se cumpra o seu desejo, que também é meu. Quero que a Igreja vá ao encontro das suas ovelhas, caso contrário terás cada vez menos quem te siga. Ouve o que eu te digo e não faças o que eu faço.

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