Deus
e eu, com a Helena Ornelas, professora, nascida, criada e vive no Porto Santo... Benvinda ao Banquete da Palavra com este manjar de palavras sobre a tua relação com o Mistério que neste cardápio, comensal divino nos serves em prato excelente como «Deus e eu» servido na mesa da vida concreta. Muito obrigado cara amiga Helena.
Nasci e cresci numa família católica.
Desde que me lembro gente que as vivências em Igreja fizeram parte de mim e dos
meus.
Cedo
integrei um grupo de jovens, por sua vez integrado no Movimento Encontros de
Jovens Shalom, que me mostrou um Deus de amor, desafiador, inquieto,
desinstalado, absolutamente transparente e pleno. Movimento que respira e
coloca em prática os ensinamentos do Concílio Vaticano II e que pede aos jovens
que sejam verdadeiros protagonistas da História da Salvação e de uma Igreja
serva, livre e pobre. Tudo o que vivi nestes tempos (cerca de nove anos)
tornaram-se escola de e para a vida.
Hoje
realizo-me enquanto mãe, esposa, professora do 1º Ciclo, catequista, mas, acima
de tudo, sou uma eterna aprendiz, que observa, lê, escuta, questiona, olha para
o Mundo e muitas vezes pergunta: “Quo Vadis”?
A
minha relação com Deus é a de uma busca constante da sua presença, embora já me
tenha zangado com Ele algumas vezes, mas nada que uma boa conversa a dois não
se resolva, até porque Ele nunca se zangou comigo e eu não sou de ficar amuada
por muito tempo…
Em
que Deus eu acredito? Num Deus libertador, que sempre dá uma nova oportunidade
(a começar por nos permitir acordar todos os dias e nos dar muitas horas para
fazermos e sermos melhores), que teima em se fazer presente nas coisas mais
simples.
Aqui
transponho para a época que se aproxima e nela encontro a maior prova da
simplicidade que falei: um Deus que se faz Menino e marca a diferença desde o
primeiro momento ao nascer num estábulo e que mostra aos que querem ver que a
verdadeira essência da vida se torna plena num olhar terno de uma Mãe que deita
o filho numa manjedoura.
Este
Deus que quer, afinal, de mim e de cada um de nós? Simplesmente que sejamos
ligados ao essencial, que nos mantenhamos vigilantes e que passemos nesta vida
terrena de uma forma atuante e verdadeira, sem embustes e ricos em valores.
Isto porque Deus não se fez Menino só para sermos bonzinhos um mês por ano e
muito menos para vivermos no reino do faz de conta. Deus, o meu Deus, veio até
nós para nos provar que a lei do amor é A lei. 24 horas por dia, todos os
meses.
E
é este Deus, o meu Deus, que me permite chorar, rir, cantar, brincar, ser
séria, dar um murro na mesa quando é preciso, ser boa pessoa, sem ser ingénua
e… amar!
É
este Deus que procuro dar a conhecer, sem medo.
É
a este Deus que agradeço o dom da vida, a família, os amigos, o meu trabalho
que tanto gosto e me realiza, a minha alegria, a minha teimosia em querer ver
sempre o copo meio cheio, as minhas conquistas, os meus desafios, os meus
retrocessos, tão necessários para manter os pés firmes no chão e assim poder
sempre recomeçar.
É
por tudo isto que Lhe canto convictamente o meu louvor, porque também Ele já
fez em mim muitas maravilhas e também em mim pousou os seus olhos, fazendo com
que eu sempre encontre um poço com águas cristalinas, nos momentos em que a
sede teima em me impedir de avançar…
Magnificat,
Senhor meu Deus! Para sempre!
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