1. A queda da árvore no Monte que ceifou
a vida a 13 pessoas e deixou outras feridas e uma população inteira da Madeira chocada
e incrédula com o sucedido precisamente na ocasião em que se celebrava a
Eucaristia solene em honra de Nossa Senhora do Monte (15 de Agosto), padroeira
da Ilha da Madeira. Alguns, porque não deram o salto daquela religiosidade
coisificada da compensação e do castigo, continuam a atribuir a queda da árvore
sobre o chão do Largo da Fonte, matando pessoas e ferindo outras, a uma
intervenção divina, como se as responsabilidades sobre as realidades deste
mundo não pertencessem à humanidade.
Deus, todas as outras pessoas divinas e as
coisas relacionadas com Ele, servem para nos tornarem mais responsáveis, mais
humanos e mais atentos a tudo o que nos rodeia para cuidarmos de tudo com
dedicação e zelo. Por isso, o medo ainda não se dissipou sobre a alegada
responsabilidade da Igreja do Monte (Diocese do Funchal) sobre a queda da
árvore. Aquele despique inicial de passa culpas entre a Igreja do Funchal e as
autoridades camarárias foi bem elucidativo, porque, tudo indica que a fatal
árvore estava plantada em terreno pertencente à Igreja do Monte, mas os
cuidados de limpeza e trato das árvores eram feitos pela Câmara.
Enfim, por que
se faça agora, a infelicidade dos que morreram, as dores dos feridos e familiares,
nada nem ninguém, conseguem remediar. Que fique a lição e que em nome desta
desgraça se tomem todos os cuidados para que não se repitam tragédias do
género.
2. Outro elemento mais polémico e mais
marcante deste ano de 2017 para a Igreja da Madeira, foi o padre Giselo ter
assumido a paternidade de uma Menina em circunstâncias que só a mãe, o pai e
Deus é que sabem, (e provavelmente o Bispo do Funchal, o sr. D. António Carrilho).
Sim, digo deste modo, porque tudo o que se soube nada foi confirmado, a
comunicação social foi-nos dando conta do diz-se, diz-se, mas efectivamente de
coisas concretas nada. Como é óbvio e como se sucede em todas as coisas, uns
favor do padre e outros contra. Facto mesmo é padre Giselo mantém a sua vida em
condições aparentemente normais. Nada se alterou na vida dele como padre e
pároco, nada na Igreja da Madeira e muito menos ainda na Igreja Universal.
Contundo,
foi interessante notar que o debate sobre o celibato apareceu inevitavelmente e
a sociedade em geral queria ver os padres todos casados e com filhos. Mas,
ainda mais foi interessante, constatarmos que durante muitos anos tivemos a
multidão dos clérigos celibatários a produzir doutrina, regras e tudo o que era
necessário para termos casais e famílias felizes. Coisa estranha, obviamente!
Mas, agora também estranhamente, voltando-se o bico ao prego, temos uma
sociedade inteira especialista em celibato e na vida sexual dos padres. Por isso,
todos sabem como se resolve todos os problemas relacionados com todas as
misérias que o «diabolizado» celibato acarreta.
Não deixa de ser curioso, virem
os «melhores» pronunciamentos de uma multidão de divorciados, recasados várias
vezes e quiçá de muitos que nunca souberam o que seria fidelidade, paciência na
criação dos filhos, compromisso e tudo o que implica responsabilidade quando se
faz parte de um grupo seja pequeno ou grande, seja familiar ou do trabalho, da
igreja ou de outro grupo qualquer de pertença...
3. O terceiro momento deve-se aos 500
anos da Dedicação da Sé Catedral do Funchal. O edifício mais monumental e mais
emblemático que nós temos na Madeira. Pode ser que o Savoy ganhe à Sé em tamanho
e em fama, mas duvido que dure tanto tempo.
Mas, vamos à Sé, porque o Savoy é
contas de outro rosário. A celebração de mais uma realidade entre nós com 500
anos a par dos outros 500 anos da Criação da Diocese do Funchal em 2014
serviram para pouco e como já vai sendo hábito entre nós, das celebrações destas
ocasiões, ficam quase nada, por isso, a celebração da Dedicação dos 500 anos da
Sé do Funchal seguiu o mesmo caminho.
É uma pena, porque a Sé do Funchal, dado
que está situada no coração da cidade do Funchal, podia tornar-se um pólo central na pastoral da Igreja da Madeira, isto é, ali podia existir muito mais
do que o pacote das missas diárias, podia além disso ser uma «escola» de arte, com
cultura diversificada, virada para uma atenção especial aos mais pobres,
particularmente, os que vagabundeiam pela cidade. A devia Sé o «coração» que
marcava e irrigava o «corpo» todo da Igreja da Madeira.
Post sicriptum: Podia
ainda referir-me a outras situações também marcantes da vida da Igreja da
Madeira em 2017, por exemplo, as recentes «Missas do Parto», que se tornaram para
muita gente uma festa artificial, patrocinadas pelas juntas de freguesia e outras
forças vivas da sociedade. São uma oportunidade para muita diversão, comer e
beber… Afinal, uma moda que o tempo encarregar-se-á de purificar ou acabar.
Quanto ao restante, nada passou do adquirido e habitual. Continuemos com a
festa feliz rumo ao novo ano 2018 que se advinha.
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