Ao sétimo dia
1. O fundamentalismo lê
os textos com olhos de morto. O pior do mundo, das famílias, das igrejas e das
comunidades é que subsista nelas este «pecado» terrível, que alguns tomam como
se fosse a maior das virtudes.
2. Os textos sagrados
da Bíblia cristã, ganharam uma melhor clarividência e sabedoria, desde o
momento, em que se passou a utilizar a hermenêutica, que «obrigou» a pegar na
lupa do método «histórico crítico», que permitiu depois descobrir-se, que a
hermenêutica deve olhar os textos no seu contexto histórico e no seu lugar
social.
3. Face a esta luz na
interpretação dos textos, chegou-se à crítica purificadora das imagens
patriarcais de Deus: o Deus do poder absoluto; o Deus dos exércitos e do Deus
dominador/castigador… O Deus masculinizado e musculado não existe. Foi graças à
hermenêutica que se chegou a esta dádiva libertadora. Passou a existir uma
compreensão de um Deus Pai/Mãe, cheio de misericórdia e
amor ao nosso serviço. Confirma-nos o Evangelho de Lucas: «Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em
verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante
deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada felizes serão se assim
os encontrar» (Lc 12, 35-38).
4. Assim, a hermenêutica
é arte que nos dá a possibilidade que o outro pode ter razão. Por isso, de Deus
faz-se silêncio e escutar essa substância dá sentido à vida e fortifica a
fraternidade. Então, confirma-se por aqui: «Deus é o silêncio do universo e o
ser humano é a voz que dá sentido a esse silêncio» (José Saramago).
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