ao maestro Victor Costa fica a Madeira a dever o devido reconhecimento, bem se queixou ele disso. Enfim, dele sabemos que primeiro foi um tenor lírico muito interessante, a seguir um compositor de música sacra desconcertante e depois um maestro que arrastou uma porção enorme de pessoas dos nossos vales e lombos, que nunca imaginaram alguma vez chegar a fazer parte de coros e cantar como cantaram e encantaram. A meu ver a par da sua interessante vertente da composição musical, que o faz um dos grandes músicos, os coros que foi montando pelas freguesias remotas da ilha da Madeira, são uma obra hercúlia que deu lugar e destaque a pessoas que seria impensável alguma vez serem protagonistas no canto erudito. O maestro merece que nesta hora se faça o devido destaque da sua indiscutível bondade, da sua abertura para a conversa fluente e culta, a sua simpatia e disponibilidade para estar onde quer que fosse para fazer ecoar a música. Nele parece que tudo e todos estão para a música e a música estava para tudo e todos. É ele que marca a nossa terra neste sentido nos últimos anos, foi ele que despertou a ideia de que em cada madeirense estava um cantor, uma vocação musical, fossem novos ou velhos. Todos, são música, todos podem fazer ecoar a harmonia dos sons musicais. É dele a autoria da música do bonito hino da Madeira, que por agora se altera um pouco a letra «do mar à serra» para ser «da terra ao céu», pois fomos confrontamos com a última viagem do maestro Victor Costa. O seu currículo é invejável. A sua simpatia cativante e a sua vontade de conversar envolvente. Agradeço-lhe muito a lição que me ofereceu em breves minutos enquanto se esperava que chegasse a hora marcada para uma cerimónia, sobre o jeito regrado como devíamos respirar. Garanto-lhe maestro que estou a tentar. Um dia chegarei lá. Obrigado e que a música não pare e que venham os frutos do seu trabalho hercúleo sobre a música que levou a todos os grupos corais que acompanhou do «mar à serra» por essa Madeira dentro.
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