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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Duas pérolas destes dias


Primeira pérola:
O Dr. Alberto João Jardim disse: “um doutor não fala com patas rapadas, eu sou um doutor”…
Vamos lá dobrar a língua… Esta pérola vem colocar no devido lugar «toda a pata rapada» desta região superior que há mais de três décadas, cegamente votou em pessoas tão exímias. Sempre pensei que aí dar no torto o facto de nas conversas entre «patas rapadas» se tratar um governante doutor por Alberto João ou João Jardim, assim sem o devido título… Tomem lá para aprenderem a falar e como se deve tratar alguém que se dedicou tanto ao bem para todos. Não fora agora as «patas rapadas» reclamarem porque lhes cortam os salários, porque pagam impostos elevadíssimos, porque lhes tiram o direito à saúde, à educação e à alimentação, ao vestir e à habitação… Tudo isto porque os que se sentem incomodados agora com as reclamações serviram-se da cegueira dos «patas rapadas» para fazerem calotes e outras tantas asneiras que nos enterraram a todos. Mas, cuidado «pata rapada», coloca-te no teu lugar e não te dirijas a doutores. Falar contigo para quê, não percebes nada de nada.  
Vamos a um exemplo concreto. Que tal se experimentássemos levar a Sofia a um destes doutores engravatados da «Madeira Nova», que tem três filhos à sua responsabilidade, está desempregada, é doente, não tem roupa para vestir a filha de 6 anos, tem o filho doente, precisa urgentemente de medicação, tem duas receitas para levantar na farmácia, são 48 euros. Não tem um cêntimo. Será que levando esta «pata rapada» junto destes distintos doutores, de receita médica em punho, eles desembolsavam algum ou seria despachada de dedo em riste ou seria escorraçada pelo macadame humano que rodeia os doutos doutores que nos governam? – Este seria um exercício curioso…
Outra pérola para começar o dia:
Miguel Relvas, Ministro dos Assuntos Parlamentares da nossa República, depois do outro ter chamado ao desemprego de «coiso», vem este distinto governante dizer sobre a extraordinária façanha («oportunidade» como denominou também o nosso primeiro): «o mercado de trabalho está "dificultado" e de a economia "ainda não estar a crescer o suficiente para absorver e gerar oportunidades" (este ministro é uma luz para nós «patas rapadas» que enformavamos um povo que se chamava de povo português, lembram-se desse povo?).
Mas, há mais:  "Nós hoje já não exportamos só futebolistas, exportamos cientistas, exportamos pintores, artistas plásticos. Hoje temos essa capacidade, esse é o grande bem de um pequeno país. É isso que nós temos para exportar, a capacidade de afirmação que a nossa história sempre demonstrou." e "A aposta nos "activos humanos" permitiu que "haja jovens portugueses por todo o lado".
Carlos Fiolhais no Público comentou isto desta forma (subscrevo inteiramente estas palavras):
«Ao confessar o seu orgulho pela purga de talentos, o ministro que se ocupa do futebol, da televisão e das autarquias passou a ser também o ministro da exportação da ciência e da cultura. Estará ele convencido de que o país lucra com o abandono de cérebros? Será assim tão difícil perceber que, ao contrário da exportação de um produto ou mesmo de um futebolista, a exportação de um cientista ou de um artista não ajuda a equilibrar a balança comercial? Bem pelo contrário, essa saída retira ao país rendimento, pois as obras científicas ou artísticas ficam lá fora e rendem lá fora. Se as quisermos aqui, teremos naturalmente de as comprar, aumentando com isso o défice. O país investiu e outros têm lucro. Fica, obviamente, mais pobre» (Por Carlos Fiolhais, in Público de 13 de Junho de 2012).
- Estamos na mão de desbocados que nos trouxeram a esta tragédia e que não hesitarão um segundo em nos atirar pelo abismo abaixo… Força povo de «patas rapadas». Mas, será que merecemos o temos?

1 comentário:

Espaço do João disse...

Sempre ouvi dizer que um burro carregado de livros é um doutor.