Comentário à missa do próximo domingo, X Tempo Comum
10 de Junho de 2012
Os textos deste domingo pretendem ensinar que a raiz
de todos os males não está em Deus, mas no facto da humanidade prescindir de
Deus e abdicar de construir o mundo a partir de critérios de justiça, paz e
solidariedade. O egoísmo e a auto-suficiência são caminhos que conduzem a
humanidade à desgraça, ao sofrimento e à morte.
O mistério do mal é o que provoca o maior
questionamento na cabeça dos homens e mulheres em todos os tempos. Este tempo
não podia ser excepção. É normal que assim seja, ninguém deseja o mal, mas
pouco fazemos para o evitar. Ele existe por todo lado.
O mal resulta das escolhas erradas, do orgulho, do
egoísmo e da ganância. O viver orgulhosamente só, mais tarde ou mais cedo
conduz à tragédia, porque os caminhos humanos sem Deus e sem o amor, constroem
enormes cidades de egoísmo, de injustiças, de pobreza, de marginais, de
prepotência, de sofrimento, de desgraças de toda a ordem…
Os textos da missa deste domingo ensinam também que
deixar Deus de lado e caminhar fora do Seu projecto de salvação, conduz ao
confronto, à hostilidade com os outros. A seguir emerge a injustiça, a
exploração, a insegurança, a desconfiança, a pobreza, a violência. Os outros
deixam de ser irmãos, para passarem a ser ameaças ao bem-estar e aos interesses
pessoais. Tudo isto conduz a guerras terríveis, que cerceiam a felicidade, a
alegria e a festa que Deus deseja para todos.
Daqui advém a inimizade com todos e com o resto da
criação. A natureza deixa de ser «casa comum» que Deus ofereceu a todos como
espaço de vida e de felicidade, para se tornar um objecto que se explora
egoisticamente sem olhar à sua grandeza, às suas regras, à sua beleza e à sua dignidade.
Por isso, todos estamos a pagar seriamente pelos atentados ecológicos e a
exploração desmedida da natureza que a ganância humana produziu.
São Paulo apresenta a convicção de que será melhor
nos concentrarmos nas «coisas invisíveis» que são eternas ao invés de estarmos
fixados nas «coisas visíveis» que são passageiras. É muito difícil de se
aceitar isto, mas pensando bem, o Apóstolo tem toda a razão. Mas, acreditemos que
Deus, apesar de todas as nossas limitações, também nos ressuscitará para vida
eterna, exactamente como ressuscitou Jesus Cristo.
Jesus no Evangelho acerca-se da Galileia para
cumprir a Sua missão de anunciar o Reino. A onda de contestação começa a
crescer, os líderes judaicos políticos e religiosos começam a opor-se à
novidade do Reino. As polémicas e controvérsias marcam esta fase da caminhada
de Jesus. Nada que não seja inspirador para nós se nos empenharmos na luta pela
justiça, pela verdade e pelo bem para todos. Não tenhamos medo.
José Luís Rodrigues
(Imagens Google)
Sem comentários:
Enviar um comentário