Comentário à Missa do Próximo domingo
XIII Tempo Comum
Se a generosidade acontece, então,
"somos ricos em tudo: na fé, na eloquência, no conhecimento da doutrina,
em toda a espécie de atenções e na caridade que recebestes de nós". Citei
esta passagem de São Paulo tirada do texto da Missa deste Domingo, para que
sejamos despertos para este sentido da generosidade. O nosso tempo precisa de
encontrar este valor, porque o mundo actual, necessitado de tantos outros
valores, em especial, precisa do valor da generosidade como do pão para a boca.
Porque se repararmos bem vamos encontrar um imenso deserto, porque faltou a generosidade
no coração da humanidade.
Por isso, é cada vez maior o número
de pobres e de indigentes no mundo; o individualismo ou o salve-se quem puder é
regra que comanda a vida; a mentira faz uma multidão de vítimas; a dependência de
substâncias alienantes brada aos céus; a procura de vida fácil é o principal
desejo de tanta gente; o hedonismo ou o prazer momentâneo são o pensamento
geral; a fuga dos sacrifícios e de tudo o que seja ter algum sofrimento comanda
a vida; o medo do futuro e das coisas de Deus faz escola em tantos lares; o
medo de assumir compromissos para a vida toda também está presente por todo o
lado; a irresponsabilidade face aos actos que se realizou é o mais comum; o
fazer da vida um desregramento total, é pão quotidiano; termino o elenco com
esta conclusão, tornou-se muito familiar o não acreditar em nada e em ninguém,
porque nada garante fidelidade e hoje as coisas são e amanhã já não serão e
vice-versa. A vida não está fácil para ninguém. O mundo precisa da generosidade
nem que seja num pequeno grupo, para ser o fermento no meio da massa.
O mundo precisa nem que seja de uma
mulher ou um homem, que diga "não vou por aí…", quando todos dizem
seguir por onde não devem, como ensinava o poeta José Régio.
E o mundo precisa que nem que seja
uma mulher ou apenas um homem que digam: "vou por aqui..", pelos
lugares que ninguém quer ir ou não está na moda caminhar por aí. Dando lugar à justiça, recusando tudo o que não seja digno de ser recebido, mesmo que a lei seja porto de abrigo. As pensões vitalícias que alguns políticos auferem ao abrigo da lei, são um tentado à miséria que tantas famílias portuguesas neste momento atravessam, deve ser um acto de elevada generosidade acabar com leis injustas que promovem direitos altamente abjectos que conduzem ao recebimento de privilégios que bradam aos céus no que toca à injustiça que representam. A recusar estes bens que se recebe em duplicado como acontece com tanta gente que se considera iluminada e privilegiada perante os seus semelhantes, seria um gesto de elevada ética que nos tornaria nobres diante de Deus e do bem comum...
O valor da generosidade é um caminho
importante que salva quem o segue e contribui para a salvação de todos os que beneficiem
desse valor. A generosidade é a bondade ou a compaixão pelos outros, que emerge
da vida que se inquieta com o mundo, não apenas para alguns, mas para a
felicidade de todos. Para quem pratica a generosidade não lhe falta nada.
Afinal, torna-se diante de Deus o mais rico de todos. A generosidade enriquece
a vida com tudo o que ela precisa para ser feliz. A maior fortuna do mundo é a
generosidade.
José Luís Rodrigues
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