Jesus pôs um ponto final na
religião que faz de nós pessoas tristes. Quebrou a imagem gélida que fazia de
Deus uma pessoa severa sempre à espreita a ver quando falhamos para nos
castigar com a maior punição possível. Deus era sério de mais, muito sisudo e
sem abertura para o humor como se fosse o maior dos tiranos que exige temor e
respeito sem piedade nenhuma.
Jesus não esteve com meias medidas
e quebrou o jugo das leis que causam cansaço e oprimem. A sua vida histórica,
no que se refere ao anúncio do Reino, será uma constante denúncia de tudo o que
seja opressão da pessoa humana.
Quem disse que uma religião de
leis, normas e regras fechadas é uma religião que manifesta a glória de Deus? –
A religião que não deixa as pessoas sorrirem mesmo que seja com as suas
limitações, é uma religião pobre de espírito que mais do que servir a causa de
Deus serve interesses puramente mundanos sem sentido nenhum diante do Deus amor
que Jesus nos revela na sua acção.
Jesus anuncia o Deus da ternura. O
Deus que dá aos discípulos o seu vinho, a religião verdadeira, a do amor como
graça total. Esta forma de ver Deus e viver a religião elimina todos os medos e
infunde apenas confiança e esperança no futuro. No fim do texto temos a
confirmação desta leitura. Ao dar o vinho às pessoas, Jesus dá-lhes alegria e
com isso “manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele”.
É preciso pôr um ponto final em
tudo o que provoque angústias, preocupações e sofrimentos interiores
desnecessários. Porque Jesus convoca-nos para a alegria e para a felicidade. E
não encontramos em nenhum momento no Evangelho apelos que se reduzem a
proibições, normas e ameaças de castigos.
O vinho que Cristo serve a partir
da água é o melhor vinho da festa, tem sabor e alegra aqueles que o tomam.
Sejamos também servidores deste vinho puro e bom que recolhemos da mesa do
banquete de Cristo. E chega de sermos servidores de vinho azedo, que faz causar
náuseas a muitos irmãos nossos.
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