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sexta-feira, 26 de abril de 2013

O principal mandamento

Mesa da palavra
Comentário à Missa deste domingo
V da Páscoa
O Evangelho de São João neste próximo domingo, apresenta-nos o mandamento novo de Jesus: "Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros". Não é fácil cumprir este mandamento que Jesus nos manda viver. A nossa vida está tão repleta de tantas coisas complexas demais que se torna, por vezes, impossível corresponder ao mandato de Cristo. Todos temos experiências de relação com as pessoas que vamos encontrando, que nos marcaram profundamente para o bem e para o mal.
No entanto, cada um deve em primeiro lugar ser capaz de acolher todos aqueles que Deus colocou na sua vida e amá-los profundamente. Dessa forma, já viveremos o mandamento novo que Jesus nos ensina. Os contextos mais difíceis do mundo são o melhor lugar para viver o amor.
Primeiro que tudo, devem estar no nosso coração todos os que a vida nos ofereceu como membros de família, do trabalho, da opção e de todas as caminhadas que realizamos. Logo depois, somos desafiados a viver o amor para com todos aqueles que se cruzam connosco no dia a dia. A esta forma de vida não se chama ingenuidade ou inocência doentia, mas disponibilidade para a vivência da felicidade pessoal e dos outros. Não devemos aceitar todas as patetices e asneiras daqueles que nos rodeiam, mas somos chamados a acolher, compreender e perdoar. 
O amor que Jesus nos manda viver como elemento essencial do seu Reino passa pela entrega ao serviço dos outros e pelo acolher a todos como irmãos. O reino de Jesus Cristo, está identificado pela fraternidade. Até podemos definir a religião cristã como uma fraternidade. Ninguém se pode dizer cristão se não vive na base da amizade e da abertura aos outros como irmãos como valor fundamental da sua vida de todos os dias. Talvez seja esta visão do cristianismo que nos leva a concluir que esta religião é difícil de ser vivida. No entanto, não devemos deixar que este pensamento nos atrofie a coragem ou a entrega à descoberta do essencial para a felicidade.
Nesse «inferno» que às vezes pode ser a relação com os outros, pode ser que também esteja a descoberta outras vezes o céu. A fraternidade é o maior desafio deste mundo e da vida concreta de cada pessoa, porém, é essencial que faça parte deste mundo. Está mais que provado que a ausência deste valor tem levado a humanidade à tragédia.

1 comentário:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Amigo e Irmão Pe.José Luís, que texto bonito e exigente na sua práxis. Realmente a ferocidade da vida e do tempo não nos permite ter amigos. E eles são importantes. Cada um de nós se viver sozinho fica "órfão" de amor. O amor de Deus proclamado por Jesus Cristo exige esta confraternização. E a Igreja deveria ser espaço do amor partilhado: espiritual e materialmente. Esta é a mensagem do Papa Francisco na senda de S.Francisco de Assis em que este dizia que lhe interessa o papa, Boaventura e muitos outros.Somente ele queria o Evangelho. O do AMOR, que, indubitavelmente, consiste em amar os que nos odeiam .Ver a aproximação que ele teve aos muçulmanos.Não para convertê-los.Somente para chamá-los à PAZ. DEUS é PAZ. E só podemos possuí-la através da nossa entrega à Outra e ao Outro. Na divergência chegaremos à convergência da unidade e não da unicidade como o mundo, sem Deus,nos quer impôr. Sejamos,pois, mensageiros da PAZ como no-lo ensinou Jesus na oração do Pai Nosso e do exemplo de S.Francisco de Assis. Padroeiro da Paz.