Comentário à missa do próximo domingo
III domingo da Páscoa, 14 de Abril de 2013
Neste
contexto, sobressai a imagem do banquete, como comensal efectivo da comunidade
reunida. Um autor dos textos bíblicos dirá o seguinte sobre a ideia do
banquete: «o banquete, com o qual se encerra a narrativa da pesca milagrosa, é
o símbolo da conclusão da história da salvação. Jesus espera pelos discípulos
em terra firme, no céu. Tem consigo peixe, que é o fruto da obra por Ele
realizada neste mundo, obra que deverá ser levada a cabo por aqueles que creem
na sua palavra. Como aos sete apóstolos no lago da Galileia, assim também a
toda a comunidade cristã é exigido que apresente o peixe, fruto do seu trabalho
apostólico. O pão, ao contrário, é sempre oferecido gratuitamente por Jesus,
não é trazido pelos homens. E a Eucaristia, é o pão que o Ressuscitado reparte
e quer que todos os irmãos repartam até ao dia em que o sinal sacramental será
realizado pela união plena e definitiva, com Ele e com o Pai».
A cada um de nós, Cristo
ressuscitado dirige a mesma palavra que dirigiu aos seus discípulos junto do
lago de Tiberíades: “vinde almoçar...” Este convite tem uma dimensão
eucarística fundamental. Nós, que andamos na azáfama do mar que a vida nos
reservou, somos também convocados para a celebração do amor junto da
comunidade, para que aí se descubra o sentido da vida, se faça a caminhada para
redenção fraternal e se encontre a luz do Espírito de Cristo ressuscitado que
nos chama à plenitude da vida eterna.
Somos, hoje, também chamados
pelo nosso nome a tomar parte nesta festa de amor e de vida. Os tormentos do
mar da vida, nada são diante desta maravilha que Jesus nos oferece.
Ninguém se salva sozinho. Só
na comunidade se pode encontrar a possibilidades da redenção, porque Cristo
ressuscitado manifesta-se de forma plena na comunidade reunida. Que todos sejam
capazes de abrir a sua existência à palavra de amor que Cristo nos dirige. Não
se encontra o verdadeiro sentido da vida fora de Jesus ressuscitado. E a
verdadeira vida só é possível quando todos (homens e mulheres) como irmãos se juntem à
volta da mesa do banquete que Cristo prepara. Resta que cada um saiba escutar a
palavra que o sopro do Espírito faz ecoar: «vinde almoçar».
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