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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Os nossos tiriricas

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1. Ficaram famosos em 2010 os bordões de campanha do Tiririca brasileiro (Francisco Everardo Oliveira Silva ) que se candidatou às eleições a Deputado Federal por São Paulo. Diziam assim os seus bordões: bordões como «O que é que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto», ou «Pior do que tá não fica, vote Tiririca».

2. O famoso Tiririca depois de eleito tornou-se um dos melhores parlamentares passando muito à frente de uma grande parte dos deputados com vários anos de experiência e tem recebido à conta disso vários prémios. Porém, não é isso que me trás aqui, pretendo fazer alguns considerandos sobre a galhofa que alguns meninos eleitos deputados andaram a fazer no plenário da Assembleia Regional enquanto um colega estava no uso da palavra. Deram consistência à frase: «Deputados se acham demais», disse Tiririca.

3. «Os nossos deputados meninos», sortudos face ao restante povo da Madeira, acham-se demais. À conta da sorte de terem nascido nas famílias do partido, com papás bem colocados nos meandros do poder regional, viram a sorte cair-lhes no prato sem mover uma palha. Um berço de ouro como se costume dizer para estes casos, que os levou para a «cresce» mais cara da Madeira, a Assembleia Regional da Madeira, aquele lugar que já uma vez tinha sido denominado de «casa de loucos». Será que queriam fazer jus à expressão do avô mais famoso da Madeira?

4. Os meninos divertem-se enquanto o colega de partido fala. Acham-se, por isso, galhofa com o telemóvel para baixo, como faziam provavelmente nas aulas, fazendo assim a vida negra aos profes, porque já nessa altura gozavam de toda a imunidade (para) lamentar. Coitados dos professores/as, se dissesse alguma coisa... 

5. «Meninos deputados», a festa agora é outra. Os meninos representam o povo, estão ao serviço do povo, que vos paga acima da média para prestaram um serviço digno, sem galhofas. Portanto, se querem ser Tiriricas, sigam-lhe o exemplo, na campanha eleitoral, ninguém o levou a sério, era um palhaço, uma vez eleito, tornou-se exemplar na assiduidade, interventivo com a devida dignidade e alto conteúdo. Por isso, não façam do vosso desempenho uma palhaçada degradante, um mau exemplo e, pior ainda, um sinal de que andam no gozo com coisas sérias e com todos nós. Prestaram um enorme contributo ao aumento da irritação generalizada entre os cidadãos contra os políticos, acentuando assim ainda mais o descrédito em relação à vida político partidária. 

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