Pão quente da Palavra, domingo XI tempo comum...

O
ponto crucial da vida cristã radica na descoberta da fé. A fé, é uma só e
acontece na vida de uma pessoa de forma mais intensa ou menos intensa, mas
nunca pode estar votada para a simples privacidade ou pior ainda, é um assunto
que só tem a ver com a dimensão pública, porque se manifesta de uma forma
determinada. Assim sendo, entende-se que a fé, é uma realidade interior da
pessoa que está para a vida toda. Uma pessoa de fé deixa envolver todo o seu
viver mediante o caminho da fé.
Ninguém
que se diga crente, pode num determinado momento da vida afirmar que agiu
segundo a sua fé, mas noutro agiu segundo princípios estritamente humanos ou racionais.
O assunto da fé é demais importante para ser algo que se usa e abusa quando nos
convém apenas. Por isso, pretender reduzir a fé a um mero assunto privado sem
nenhuma incidência prática e pública, redunda num profundo disparate. Porque a
fé, vive-se em todos os lugares da vida e não apenas dentro de determinadas
conveniências pessoais ou muito menos mediante interesses puramente
materialistas. Por exemplo, quando a desgraça nos bate à porta ou quando se
pretende prejudicar os nossos próximos. A fé não alimenta instrumentalizações
nem se conjuga com interesses intimistas ou de ordem fanática.
Mas
repare-se ainda no que nos ensina S. Tiago: "Meus irmãos, se alguém diz
que tem fé, mas não tem obras, que adianta isso? Será que a fé poderá
salvá-lo?..." E mais ainda acrescenta: "Assim também é a fé: sem
obras, está completamente morta" (Cf Tia 2, 14-17). Ou a como a partir
daqui formula o Papa Francisco confirma-o: «Uma fé que não dá fruto nas obras
não é fé».
A
convicção do Apóstolo prova-nos que a fé não pode obedecer de forma alguma à
dicotomia privado e público a que se pretende remeter a fé.
Porém,
vivemos num tempo onde alguém se atrever a confessar a sua fé ou a falar de
religião no seu trabalho, nas escolas e nas ruas é logo atacado, mal interpretado
e distorcido. Não se pode afirmar valores desta ou daquela religião porque os
ambientes são adversos a tudo o que inspire religiosidade.

Estamos
num tempo onde parece não existir lugar para a fé. Mas, nunca a fé foi tão
necessária como hoje, porque, afinal, o tudo pronto à mão de semear nas
prateleiras dos «templos» do consumo de hoje, que a sociedade oferece, não
conduz à salvação, muito menos revela qual é o caminho da felicidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário