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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Jesus também é rei?

Mesa da Palavra
Comentário à Missa do próximo domingo
Domingo XXXIV – Cristo Rei – Ano C, 24 Novembro de 2013
Escultura de Jesus representado como um sem-abrigo
a dormir num banco de jardim. 
Oferecida ao papa Francisco
que a recebeu esta quarta-feira, no Vaticano.
A peça de bronze, cujo original, em tamanho real,
foi instalado em Toronto,
é assinada pelo escultor canadiano Timothy Schmalz. 
A realeza de Cristo, é totalmente diferente daquela que é assumida e exercida pelos reis deste mundo. Como podemos reparar Cristo não é em nenhum momento um rei todo-poderoso, rodeado de exércitos ávidos de combate e de poder nem muito menos de afilhados e padrinhos sedentes das benesses e dos dinheiros que o poder confere.
Pelo contrário, dirá com veemência: «o Meu Reino não é deste mundo». De que Reino fala Jesus? - Antes, o Reino que terá o rei dos famintos, dos que têm sede de justiça, dos peregrinos, dos sem roupa, dos doentes e dos presos. Ele é rei. Mas um rei que não se coaduna com as injustiças sociais, pessoais e institucionais. E a sua morte na Cruz é o resultado da sua acção contra tudo o que não promove a dignidade da vida e do amor entre os homens. É o preço a pagar pela sua radical preferência pelos desafortunados deste mundo.
Jesus é rei de um Reino outro, onde o entendimento entre todos emerge como o resultado da fraternidade e da partilha. O Reino de Jesus não está de acordo com a mentalidade da cultura onde predomina o mais forte sobre o mais fraco. Neste Reino, não podem existir pacificamente os lugares da morte e do sofrimento nem podem ser tolerados os caminhos da pobreza e da miséria que resultam da corrupção e das influências das amizades, do «lambebotismo» e das lutas de uns contra os outros com a traição, a bajulação e tudo o que a ganância pelo poder implica. É necessário fazer surgir outros valores e outros caminhos que proporcionem o bem-estar igual para todas as pessoas.
Somos todos chamados não a zombar de Jesus, como fizeram os descrentes do seu tempo, mas a acolher com verdade e sinceridade que é possível mudar as coisas do mundo. Cada um é chamado a procurar no lugar da sua existência formas e modos de encarar as relações com os seus semelhantes de forma mais humana e mais cristã.
Neste sentido, é urgente deixarmos que o nosso coração não seja tão ávido de poder e domínio. E melhor será para a felicidade se facilmente aprendermos que o rei que parece morrer à mão dos algozes da sociedade judaica, está vivo e reina no coração de muitos homens e mulheres que sabem conduzir as suas acções pela disponibilidade, a simplicidade e a humildade, a transparência, a justiça e a honestidade. Cristo é o rei da vida para todos.

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