O que se vai passando na nossa terra
está completamente fora dos parâmetros da ética humana e dos valores
democráticos. A vingança contra quem pensa de modo diferente e que tenha tomado
opções que tenham ido contra a hegemonia habitual, está a tornar-se
insuportável e é muito grave que assim seja. Mais uma vez se prova como estamos
longe, muito longe da verdade democrática. Não se admirem de quem nota que
vivemos em «deficit democrático». Lembram?
A esquizofrenia geral em que mergulhou a
Madeira está a ser horrível. Como é possível existirem pessoas que assinam por
baixo, de forma cega todas as patifarias que resultam do espírito da vingança?
Como se dá lugar à insensatez de executar medidas que são claramente para todas
as pessoas medidas infantis que resultantes do não saber perder ou mau perder?
Como se juntam forças políticas contra natura para fazer passar medidas que se
enquadram dentro desse espírito de vingança e que são claramente para empatar as
outras medidas que seriam importantes realizar em favor das populações especialmente
as mais carenciadas? Por onde anda a coerência? Como se entra em joguetes
baixos de baixa política em tempos de penúrias e de tenebrosas dificuldades
para uma grande parte das famílias da nossa terra? – Dizer intolerável a tudo
isto, é muito pouco… Espero que na devida altura os eleitores sejam lúcidos e
ponham na ordem, estes mascarados que desfilam no palco da nossa vida todos os
dias, fazendo da Madeira um Carnaval trapalhão o ano inteiro.
Dado que as famílias se contorcem com a
chaga do desemprego e estamos em tempo de pagamento de uma dívida que não foi
feita por nós, mas por gente irresponsável, que se divertiu à conta disso fazendo
conta que governava, era necessária maior responsabilidade dos muitos jovens
que nas últimas eleições entraram no desafio de terem sido eleitos para gerir
os destinos das populações. Todos deviam colaborar ao máximo para banir a intolerância,
a falta de respeito pelo povo e fazer morrer à beira da praia todo o espírito
de vingança. É o mínimo que se exige e com isso já estaríamos a caminhar para
fazer nascer o espírito da democracia que tanto desejamos que comece acontecer
entre nós. A política da vingança de qualquer teor não leva a lado nenhum e não serve em nada as nossas populações que neste momento anseiam que os seus destinos sejam tomados a sério e que sejam respeitadas as suas dificuldades. Na medida do possível devem ver
minoradas as chagas que afectam a sua vida. Aos políticos todos, está incumbida
essa tarefa.
Precisamos de muitas pessoas em todos os
partidos, que sejam sérios, honestos, transparentes, lutem com todas as forças
pela justiça e pelo bem comum. Não suportamos mais a irresponsabilidade, o
disfarçado desgosto de não saber perder e por causa disso a vingança. Esta vil
glória de mandar rasteira não pode estar mais entre nós, os tempos exigem
respeito por todos, diálogo franco com todas as forças e humildade respeitosa diante
das opções que os eleitores vão tomando. É isto democracia, é isto serviço público,
é isto amor ao povo que se diz servir.
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