Nota do autor do
blogue: Estou muito feliz, muito feliz, com a Exortação Apostólica «Evangelii
gaudium» do papa Francisco… Um texto que deve ser lido por todos os cristãos. Porque
liberta-nos dos receios de leis anacrónicas e algumas desumanas. Mais ainda,
solta todos os que sempre pautaram a sua ação pela libertação evangélica,
contra as «igrejinhas» que se apresentavam ao mundo com a «verdade absoluta» e
como «sociedade perfeita» e para «gente perfeita». O Papa desmonta toda esta
lógica e abre o coração da Igreja de Jesus de Nazaré ao mundo, convidando a
entrar todos os «pecadores»… Magnífico texto do Papa Francisco, que o Padre
João Teixeira resumiu em dez pontos no Facebook da seguinte forma. Que seja um aperitivo
para a leitura atenta de todos nós da Exortação papal.
1. O Papa
Francisco não é diluente. Afinal, o Papa Francisco até se mostra muito
acutilante e bastante exigente.
Não abandona
nenhum elemento da doutrina. E insiste imensamente no testemunho de vida.
2. É preciso que
a Igreja deixe de se referir a ela mesma. É fundamental que a Igreja saia, que
vá ao encontro.
Que pare junto
das pessoas. Que, sem excluir ninguém, dê prioridade aos mais pobres, aos que
estão nas periferias.
3. O Papa não
quer uma Igreja sentada, consumindo o tempo apenas em congressos, simpósios e
reuniões.
Ele pretende uma
Igreja de joelhos e de pé. Enfim, uma Igreja orante e caminhante.
4. Neste
sentido, prefere «uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas
estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às
próprias seguranças».
Decididamente,
ele não quer «uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num
emaranhado de obsessões e procedimentos».
5. Para isso, é
urgente que a Igreja emagreça as estruturas. É imperioso que o Evangelho
perpasse, que nunca se desfaça e que sempre nos refaça.
É decisivo que
as energias se gastem na missão e não se desgastem em tantas adiposidades que
os séculos foram introduzindo.
6. A leveza do
Evangelho reclama uma cura da obesidade burocrática que tão aprisionados nos
retêm.
Não raramente,
parece que vivemos entalados entre uma bulimia funcionalista e uma anorexia
vivencial.
7. O Papa
oferece-nos uma exortação apostólica, mas o seu impacto não será seguramente
inferior ao de uma encíclica.
É um texto que
vem na sequência do Sínodo dos Bispos. Mas as marcas impressivas de Francisco
estão lá.
8. A «Evangelii
gaudium» é, além do programa de um pontificado, uma espécie de «manifesto
contra o instalamento».
Ela convoca-nos
para a renovação da Igreja e para a transformação da humanidade.
9. Num mundo
diferente, a Igreja não pode ser indiferente.
Ela tem de fazer
coro com quem diz «não a uma economia da exclusão e da desigualdade social.
Esta economia mata. Não é possível que a morte por enregelamento dum idoso sem
abrigo não seja notícia».
10. No deserto
em que o mundo se tornou, os cristãos são chamados a ser «pessoas-cântaro para
dar de beber aos outros».
Assim imitaremos
Jesus, «o evangelizador por excelência e o Evangelho em pessoa, que Se
identificou especialmente com os mais pequeninos (cf. Mt 25, 40)».
Pe. João Teixeira
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