Madeirense puro e duro..
Tava o vendeiro no paleio com o vadio do
vilão quando ouviu uma zoada.
Era a água de giro. O buzico do
levadeiro que vinha mercar palhetes à venda, vinha às carreiras e a fazer
patifarias e a chungalhar os badalos da vizinhança pelo caminhe abaixe como um
demoine. Dá-lhe uma cangueira, trompicou nas passadas e empuxou o vilhão qué um
cangalhe dum home.
Bate cas ventas no lanço e esmegalha a
pucra. O vilão dá-lhe uma reina vai a cima dele para lhe dar uma relampada,
patinha uma poia. Ficou todo sovento. O vendeiro dá-lhe uma rezonda por ele
querer malhar num bizalho dum pequeno. Vem o levadeiro, e, ao ver o vassola,
que anda à gosma e a encher o bandulho à custa dos outros, a ferrar com o
filho, fica variado do miolo e diz-lhe umas. O vilão atazanado, atremou mal e
pensou que ele lhe tinha chamado de chibarro, ficou alcançado, deu-lhe uma
rabanada e foi embora. Todo esfrancelhado.
O levadeiro ficou mais que azoigado mas
lá foi desatupir a levada. O piquene chegou a casa todo sentido, com um
mamulhe. A mãe que é uma rabugenta mas abica-se por ele, ao ver ele todo
ementado e a tremelicar das canetas, deu-lhe um chá que era uma água mijoca,
pensando que canalha é mesmo assim, mas, como ele não arribava, antes
continuava olheirento, entujado e da chorrica foi curar do bicho virado e do
olhado roxo. O busico arribou e até já anda a saltar poios de bananeiras na
Fajã.
(Não sei quem foi o
autor, mas está interessante)
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