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quarta-feira, 15 de março de 2017

Quatro anos de Papa Francisco

1. Celebramos no dia 13 de março de 2017, 4 anos da eleição do Papa Francisco. Um pontificado excelente. Porém, melhor do que ninguém, o Papa Francisco, sabe que não é fácil enfrentar uma instituição cimentada em alicerces seculares.

2. Eles são uma plêiade de religiosos que vivem confortavelmente em comunidades ricas e luxuosas. Eles são o clero aburguesado que não estuda e que não sai da catequese mais corriqueira, devocionista e infantil. Eles são as mulheres poderem receber todos os Sacramentos, que são sete, menos o Sacramento da Ordem. Eles são o estigma contra os casais que falharam no casamento, o drama das mães solteiras, as famílias monoparentais, que são cada vez mais e os recasados ou unidos de facto em segunda relação ou mais.

3. Mas eles são também, os leigos que vivem num infantilismo confrangedor a sua fé e a base mais visível da pastoral está exclusivamente no devocionismo. Eles são preconceitos graves contra a homossexualidade e receio que em muitas franjas da Igreja Católica exista uma homofobia horrível, que exclui sob a batuta do desprezo doentio, embora albergue tantos clérigos com tendências homossexuais bem evidentes e tantos «pecados» (escândalos insuportáveis) relacionados com a pedofilia.

4. E ainda, eles são o facto de reinar uma insensibilidade enorme perante aquilo que se designa hoje «os pecados sociais»: a injustiça, a corrupção, a desigualdade, a pobreza, a ecologia, as migrações (refugiados) e todas as situações/desafios deste nosso tempo que deviam ser a principal preocupação de toda a Igreja para que se fizesse jus à magnífica expressão do Concílio Vaticano II quando fala dos «Sinais dos Tempos».

5. Por fim, eles são a nível político, aquilo abala sobremaneira as democracias, os desafios dos populismos que varrem o mundo todo, que levanta muros contra os estrangeiros e os deslocados da guerra, do terrorismo e do fundamentalismo religioso. A par de tudo isto impõe-se ferozmente a «economia que mata», com a austeridade para os mais frágeis, geradora de corrupção desenfreada e mentiras atrozes que prejudicam a vida de todos.

6. Por conseguinte, em termos religiosos, mais voltados para dentro das Igrejas Católicas, devemos dizer honestamente que a continuarmos assim, vai continuar a aumentar em todo o mundo a ideia de que aquilo que Roma prega não é praticado pela maioria dos fiéis, como está bem claro no caso da doutrina sobre a sexualidade, as questões sobre a vida em geral, a opção pela pobreza e a teologia do encontro, temas mais que badalados pelo Papa Francisco. Em todo o caso nada está perdido, se existir coragem e muitos seguirem os passos do Papa Francisco, que procura responder a todas as situações com a Palavra de Jesus e com a mais pura naturalidade faz como Jesus faria se estivesse em carne e osso no meio de nós neste século.

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