1. Nada contra que ao nome do "Aeroporto
Internacional da Madeira" seja acrescentado o nome "Cristiano Ronaldo
ou CR7". O que mais me interessa em qualquer aeroporto do mundo é que o
avião onde esteja eu dentro aterre ou descole em segurança. O essencial é isso,
tudo o resto é acessório e neste caso em particular, é conversa para entreter.
Os responsáveis principais por este carnaval são alguns políticos que me recuso
aqui referir porque não é necessário fazê-lo, está à vista de todos, basta
estar atento.
2. A ditadura do futebol e o perigo da
idolatria dos jogadores têm feito parte do nosso quotidiano nos últimos anos.
Tantos esquecem que o futebol converteu-se na loucura dos milhões e que para
nadar em milhões tem que produzir um oceano sem fim de pobreza e de miseráveis.
Muitos esquecem que cada palma e cada grito que dão gera poucos muito ricos e
multidões de empobrecidos. São será por isso que cada vez mais se ouve
"vou andar atrás do futebol para eles levarem os milhões". Porém,
face a isto estamos a viver um tempo muito esquisito. Discordar desta ditadura
começa a ser uma aventura onde vai chover insultos, acusações de inveja, de
soberba e quem o faz "está cheio de si", porque "opina sobre
tudo o que mexe". Nao há-de ser isso que me vai toldar o cérebro. Nunca
deixarei de proclamar, não aceito nenhuma forma de ditadura e muito menos
nenhuma forma de idolatria. Também não precisam de recorrer aos mesmos
argumentos, sobejamente gastos, para menosprezarem ou humilharem quem discorde
e quem eventualmente não embarque pela moda geral. O mundo e a vida fazem-se
com muitas diferenças. Nunca devemos abdicar dessa riqueza que faz a vida e
edifica a humanidade. Nenhuma forma de idolatria trouxe aos povos bons
auspícios e não consta que alguma vez algum povo tenha progredido quando se
deixou manipular pelo poder dos poderosos. Enquanto nos distraímos com tudo
isto, mata-se pessoas à facada, moram tantos no olho da rua e falta
medicamentos no hospital, coisa que começa a ser fatal, já se morre por causa
disso... Engodo é bom mas só para ser usado na pescaria.
3. O discurso do Presidente da República
alertou para o seguinte, o acrescento ao nome do Aeroporto da Madeira seria
"arriscada". Concordo plenamente. Hoje o Ronaldo está no topo das
bocas do mundo, mas é este mesmo mundo que várias vezes levanta pessoas ao
nível do bestial mas que da noite para o dia as faz descerem ao baixo nível da
besta. Por isso, o futuro o dirá. Mas, espero, sinceramente, que venham à luz
do dia os maiores sucessos para todos os Ronaldos do mundo.
4. O busto do CR7 do
"escultor" Emanuel Santos, está tão feia que logo gerou uma enorme
campanha pelo mundo inteiro sobre o assunto. Vieram a lume imagens associadas,
cartoon's e um debate enorme nas redes sociais. Até podemos dizer que estragou
a festa e deixa aos olhos de todos algum ridículo, que esteve presente desde
aquela primeira hora quando o Presidente do Governo anunciou que pretendia
acrescer ou mudar o nome do Aeroporto Internacional da Madeira para Cristiano
Ronaldo. A partir daí foi um "vê se te avias" novelesco.
5. Ai, como somos pequeninos! Está
visto... O Ronaldo tem muita sorte a facturar milhões jogando à bola, mas não
tem sorte nenhuma com estátuas e bustos. Alguns dizem que é arte. Certo. Mas
quando se arrisca reproduzir a imagem de uma pessoa viva, há logo temos a
possibilidade de compar, é inevitável. As entidades que assumiram esta
desgraça revelam mau gosto e falta de senso. Deviam ter visto antecipadamente o
resultado da obra que assumiram, mas mesmo assim apresentaram este mau gosto à
região e ao mundo. Daí que não admira nada o festim de chacota que esta
"coisa" provocou. Lamento que a Madeira tenha oferecido de bandeja
este argumento ao crivo do mundo mediatizado que temos hoje e que fique para a
história um busto feio e ridículo que não promove a Madeira nem muito menos a
pessoa a quem se refere. A Madeira fica mal neste busto, graças a
"namoradinhos" atabalhoados que andam por aí à solta, que pretendia
agradar de qualquer maneira a sua "namoradinha". É com tristeza que
escrevi este texto, é com profunda tristeza que se tenha oferecido ao mundo
esta fealdade dispensável.
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