Nota do Banquete: Em tempos de circo espiritual. Fica a frase que nos provoca a todos e desconcerta sobremaneira esta religião do quietismo que alimentamos. O circo continua, diante da fome. Inaugurações com bênção e comezaina à fartança, transferências de párocos ao som de foguetes, bandas de música e festa, mais festa ainda para entreter porque assim o circo o exige e serve aos poderosos desta terra. A participação nas coisas da cidade e o compromisso no que transforma a vida e o mundo nem ouvir falar. Com muita pena minha não pude estar presente na marcha contra a fome que se realizou ontem. Mas fica aqui a minha solidariedade para com a iniciativa e espero que não seja a última. Que a fraca participação não faça desanimar quem está nesta luta.
Agora fiquemos com o pensamento:
«Estou triste. Isto devia ser uma marcha maior do que a procissão do Corpo de Deus, devia ser uma procissão maior do que a Nossa Senhora de Fátima. Uma religião que não se transforma - e hoje o evangelho foi precisamente sobre o serviço - uma religião que não se transforma em serviço aos pobres é um entretenimento espiritual. É um divertimento. Vamos lá uma vez por semana, a gente diverte-se, fica bem, sente-se muito bem. Em vez de tomar drogas, toma um bocadinho de religião durante uma hora e vai para casa satisfeitos. Eu acredito numa religião que nos compromete até aos ossos, com os mais pobres, com os mais repugnantes, com aqueles que ninguém gosta» - disse o padre Bernardino Andrade, capelão do Hospital Dr. Nélio Mendonça.
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