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Domingo do Tempo Comum - Ano B
28 de Outubro de 2012
Jesus no Evangelho valoriza o dom da fé acima de
todos os valores. A visão física é muito importante, mas mais valor tem a salvação
que a fé faz acontecer. A cura do cego Bartimeu é um exemplo sintomático.
A luz, que se pode traduzir por liberdade, é um
valor que devemos preservar e lutar por ele sempre que sintamos que está a ser
ameaçado pela ganância e pelos intuitos ditatoriais que muita gente alimenta
como pão para a boca a fim de fazer vingar e impor os seus intentos
manipuladores sobre os outros. Nós fomos educados para andar na luz, Jesus é
luz e sonha que todos os que o seguem sejam luz na sociedade e no mundo. Nenhum
tipo de opressão entra no projecto de Jesus.
A educação mais inteligente é a que gera
compromissos sociais, a mais inútil é a que gera parasitas sociais. Deste
género de educação estamos bem saciados. A lição do Evangelho recomenda a todos
que procurem educar vivendo para serem luz, gerando prazer em servir e em ser
solidário. A vida para Bartimeu nunca mais foi a mesma, pôs-se a seguir Jesus pelo
caminho de Jerusalém com dignidade e verdadeiramente integrado na sociedade.
São estes que sabendo da sua dignidade e da sua utilidade na construção da vida
e do mundo se tornam os paradigmas do autêntico discípulo de Jesus.
Sempre faz muita impressão que andemos preocupados
que os nossos jovens sejam uma luz para si mesmos ou, no máximo, para o seu
fechado grupo social. Este ensinamento pode ser bom para satisfazer o nosso
egoísmo, mas é um crime contra a humanidade. Agora torna-se mais compreensível
o mau uso da liberdade e como facilmente a liberdade que se transmite pela
educação dos nossos jovens redunda em libertinagem ou pura rebeldia irresponsável,
porque não valorizam a sua dignidade e dos outros. Então é vê-los mergulhados
no mundo da droga, da prostituição e da vida sem qualquer tipo de compromisso
com nada nem com ninguém.
Jesus convoca-nos para o caminho do amor, que é luz,
ou seja, a verdadeira liberdade que nos leva a caminhos felizes em favor de
todos e não apenas à satisfação imediata do ego. Jesus chama-nos para o amor.
Muitos querem a reverência e a obediência sega, Ele não, quer o amor. Muitos
querem anular os outros, Ele quer estruturá-los integrando-os no caminho da
felicidade. Afinal, trata-se de descobrir em Jesus a omnipotência do amor cheio
de compaixão e ternura de um Deus que é Mãe/Pai. E perante a cegueira do mundo,
Deus é a luz para todos, a liberdade que é a luz. Então, por esta via
descobrimos que a liberdade é um dos atributos de Deus.
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