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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Todos os Pedros são loucos


Terça-Feira, retomamos o repasto chamado de «Farpas» no Banquete...

Não são raras as vezes em que Jesus no Evangelho se vê confrontado com a "loucura" de Pedro. A plêiade de Papas que sucederam a Pedro provaram até à saciedade isso mesmo. A história do Papado na Igreja Católica é pintada de cor de rosa, mas em muitos momentos tem sido de uma negritude inconcebível e até quiçá insuportável para Jesus. Por isso, a meu ver o mais profético e mais significativo será o episódio seguinte: "Jesus voltou-se para Pedro e disse: 'Afasta-te de mim, Satanás. Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não tens senso para as coisas de Deus, mas para as dos homens'"(Mt 16, 23).
Outro confronto com esta saga de ser Pedro, experimentei-a no Porto Santo. Quando ali assentei bagagens para paroquiar, encontrei um rapazito excessivamente rebelde, um "guerrilha" da pior espécie. Um dia falando com ele da sua rebeldia, disse-me com uma determinação desconcertante: "não sabe que todos os Pedros são loucos"... Ficou esta advertência que nunca mais esqueci e sempre que encontro alguém com o nome de Pedro lembro-me deste episódio. Hoje, por sinal, vejo este jovem muito bem atinado e com boas perspectivas de vida. Mais ainda, fique claro que não pretendo com isto ofender a multidão de Pedros que existe entre nós e conheço imensas pessoas com este nome que em nada se enquadram nesta categoria.
O pior foi ter aparecido alguém que por coincidência se nos dá a ser chamado de Pedro para nos governar, melhor, desgovernar. Uma fraude, uma desilusão desde o princípio. O povo não sabia para que vinha o Pedro, mas ele e o grupo que o acompanha na depena do país sabiam-no muito bem. Sob a capa da crise toca saquear ao máximo, porque o povo está mais que vacinado com o palavreado da crise.
Uma tristeza o que se está a passar. Pois, servem para alguma coisa estes governantes mentirosos compulsivos para dirigir nem que seja um galinheiro? - Coitadas das galinhas, ficavam depenadas num ápice.
Só pode ser loucura mesmo roubar aos pobres para dar aos ricos. E estar contra este descalabro é ser ignorante, porque tais medidas que não passam de roubos são qualificadas de elevada inteligência.  Os cortes nos salários de miséria são uma afronta, o aumento das taxas para a Segurança Social outra pior e o fim dos direitos sociais à generalidade do nosso povo uma desgraça, porque nós somos o povo mais frágil da Europa, os nossos rendimentos estão muito aquém da generalidade dos povos europeus. Só nos faz rir o Pedro que pretendendo o aumento da taxa social única (TSU), logo depois faça a comparação com países que nada têm que ver connosco em todos os aspectos. Eles são a Dinamarca, a Suécia, Finlândia e outros países nórdicos que para quem os conhece, nada mas mesmo nada têm que ver com o nosso país no que diz respeito à distribuição da riqueza.
Esta cruel injustiça não resolve nada de contas nenhumas nem equilibra o monstro que os políticos criaram chamado de défice. Antes acentua a multidão de pedintes e caminhamos para o que tem sido dito por imensa gente, estão a fazer de Portugal um país de mendigos.
Os grupos que representam a sociedade têm que se organizar e organizar o povo para que a rua dite o que não queremos e que os responsáveis por este descalabro social sejam levados à barra dos tribunais. Não pode sair sempre a rir de nós quem sempre governa com mentiras, com irresponsabilidade o bem comum, que não se preocupa nada com as pessoas, mas que se deixa dominar pelos interesses das troikas, dos grandes grupos económicos e pelos abutres que se instalam nos partidos políticos para se servirem dos orçamentos do Estado quando esse partido está no pedestal do poder. Não podemos aceitar que aqueles que elegemos sejam uns simples fantoches que se pensam em quem os elegeu é para lhes extorquir o pouco que têm em nome de abutres poderosos que tomam conta deste mundo sem escrúpulos nenhuns. Não podemos permitir que meia dúzia de energúmenos políticos tecnocratas hipoteque o país e a nossa região, fazendo de nós autênticos escravos e comprometendo no mesmo caminho da escravatura as gerações futuras. Tudo é muito grave para ficarmos quietos nesta hora que nos assiste.
Mais será preciso lutar para acabar com todas as mordomias e benesses que os políticos auferem à conta dos impostos. Neste aspecto será necessário cortar a direito nos salários elevados e duplos, frotas de carros de alta cilindrada, secretários/as e em toda a cambada de gente e coisas que anda à volta dos que têm cargos públicos. Todas as reformas altas sejam niveladas para um patamar aceitável e que quem recebe menos passe a receber mais. Quer isto dizer, que os bens podiam ser distribuídos mais equitativamente. Daria para todos e ainda sobrava. É preciso acabar com o "triunfo dos porcos" (George Orwell). Esse profético e excelente título, afinal, posto na prática por todos os sistemas políticos, incluindo a democracia, aquele de que se esperava a melhor da governação.
A isto alguns chamarão de comunismo, pós que seja, antes prefiro pensar que se trata de Evangelho de Jesus Cristo, que deseja sempre o bem para todos, preferencialmente, os mais fracos da sociedade. Por isso, o Pedro não querendo nesse momento a causa de Jesus foi considerado um estorvo. Seguindo estas palavras, o nosso povo diz também agora, "Pedro que nos desgovernas, és para nós um estorvo".

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