Esta foto e manchete estão na edição do Diário de
Notícias deste domingo 7 de Abril de 2013.
Sem esta referência poderíamos pensar que
seria uma imagem de África, da Ásia ou de algum país remoto, distante de nós.
Nada disso, está na nossa cidade, nas nossas ruas que se tornaram artérias da
amargura, da desgraça e da tragédia que nos consome. São aos milhares os que
estão com fome de pão, mas há os que estão com fome de dinheiro para pagar as
contas da luz, da água e todos os seus bens essenciais para viverem. Bom, diz-se viverem, mas não, porque do que se trata hoje é de sobreviver pelas pontas com a
fartura da depressão e da revolta.
Esta imagem, resulta da incúria, da insensibilidade das
entidades competentes que deveriam agir nem que fosse pelo mínimo. Tudo deviam fazer para que ninguém tivesse que ser insultado na sua pobreza e dignidade,
comendo no olho da rua como se de animais estivéssemos a falar. Até porque hoje nos indignamos muito quando os animais são postos na rua, abandonados, maltratados e terem que comer no meio das lixeiras.
Há dois anos que ando observando esta miséria no
meio da rua, tenho assistido a brigas, a palavreado do pior, a falta de
educação como nunca tinha visto e vejo lixo espalhado no chão e no jardim num
rasto de batalha campal. Isto é inconcebível e não devemos deixar de atribuir
responsabilidade a quem a tem. Também precisamente, há dois anos que venho
falando com a Câmara Municipal do Funchal, para inventar um espaço, uma
garagem, uma loja qualquer, onde se colocasse umas mesas e cadeiras para que as
pessoas comessem com alguma dignidade. Até me tenho oferecido para coordenar esse
trabalho com voluntários que faziam a coordenação, cuidado e limpeza do
espaço. Nada até hoje. A insensibilidade é tanta que ninguém se importa.
Esperemos que os alertas na comunicação social comecem
a surtir algum efeito e olhando para esta foto e para este título, todos nós
devemos nos sentir responsáveis e mais devemos pensar que nesta imagem se
reflecte a nossa irresponsabilidade, a nossa vergonha e a nossa insensibilidade
perante a desgraça alheia. Até quando
seremos conivente com entidades irresponsáveis que não se importam com as
pessoas senão para lhes extorquir os votos em determinados momentos e como matéria-prima
para as fazer mediação de impostos em cima de impostos para os desbaratarem com os luxos e mordomias que os assiste enquanto governantes? - Era bom que esta foto
fosse colada na porta dos nossos frigoríficos.
1 comentário:
Em verdade, em verdade vos digo enquanto houver subsídios para o Jornal da Madeira, é sinal de que há fartura para esbanjar...
Quem delapida dessa forma os dinheiros públicos devia ser chamado a juizo por gestão danosa!
No juri deviam estar todos os mendigos da Madeira... pois só eles sabem a gravidade do «crime»... cometido pelos seus governantes.
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