Pequena reflexão para ajudar a interiorizar quem vai à missa no fim de semana...
Dar coisas é fácil. Mas, mais importante
do que dar é preciso dar-se. Este é o grande desafio que as leituras da missa
deste domingo nos lançam. O que dá do que lhe sobeja, nada lhe custa, o que dá
nas suas necessidades, é mais custoso e parece que diante de Deus tem mais
valor. Os escribas de antes e de agora, gostam de destaque social e de muitas
palmas, depois das benesses que vão fazendo. Nada disso Jesus valoriza, para
grande desconcerto destes.
Perante esses desejos de louvores, Jesus
faz sobressair a atitude do pobre que dá, embora dê pouco, mas fá-lo com
interioridade e discretamente. Quantos exemplos destes encontramos pela vida
fora. Não vamos deixar de salientar que felizmente encontramos pessoas que têm
muitos bens e praticam dádivas com generosidade e discretamente, mas outros há
que desejam ser bajulados e paparicados porque deram alguma coisa.
O desprendimento não é um valor fácil de
se viver. Muita gente, na sua penúria sabe governar a sua vida de tal forma que
chega para si, para os seus e ainda lhes sobra para partilhar com os outros.
Uma certeza há, a quem muito dá, nada lhe falta. Com Deus é assim.
O primeiro texto da missa deste domingo
prova que Deus dá à humanidade, especialmente, os simples, os humildes e os
pobres vida em abundância. Todos os dias somos confrontados com propostas de
vida fácil e de felicidade garantida para sempre, mas, quase sempre tais
aliciamentos nos conduzem ao desencanto, à frustração, à escravidão, à
dependência, à desilusão… Não é à volta de muito dinheiro, do carro, da casa,
do tacho que conseguimos sabe Deus como, menos à volta do currículo académico
que ostentamos, das palmas e honras que nos são atribuídas que devemos
construir o que queremos ser. Só a descoberta do sentido da vida e a verdadeira
felicidade nos liberta de toda a forma de escravidão.
Neste sentido, o Papa Francisco deu-nos
esta frase maravilhosa: «Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda
hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor a Deus e
ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador
nos deu e continua a dar».
Tudo o que é deste mundo se não está ao
nosso serviço faz de nós criaturas submissas e vergadas à vontade alheia.
Escravos mesmo. Deus não deseja isso para nós, porque não nos quer desgraçados,
mas libertos e felizes.
2 comentários:
Sem mais nada acrescentar! Palavras genuínas que nos enchem o coração e a alma. Esperança, sempre.
Emanuel Gonçalves
Grande sentido de partilha meu caro amigo e irmão Padre José Luís Rodrigues. O nosso DEUS o de JESUS é O da Partilha. Partilhou connosco a Criação, partilhou o seu Filho e partilha permanentemente o Pneuma. E o nosso DEUS rico de Misericórdia, mas pobre no ter. Ele chora connosco com os mais frágeis, identifica-se sempre em testemunhos de vida com os ignorantes, os simples, os que nada têm. Mas tal como DEUS o de JESUS, dá-nos tudo. Qual é a maior dádiva do mundo actual que é o AMOR partilhado. Quando estudava francês o verbo que mais gostei foi "partager" Sempre gostei desta palavra, deste verbo e deste gerúndio: partilhando. Até as nossas vidas sempre em função dos ideais da fraternidade,da igualdade, da liberdade e do amor. Uma fé adulta assenta-se e acentua-se no sentido de partilha. Dizia o grande documento conciliar "Gaudium et spes": partilhar as alegrias e tristezas dos homens e das mulheres e da Natureza. Vejamos esta magna carta epistolar do Papa Francisco que é a sua ultima encíclica: LAUDATO SI, Infelizmente, nas homilias que ouço na TVI, os padres e bispos esqueceram-se dela. Obrigado Amigo e BOM FIM DE SEMANA!
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