É assim. O mundo está em mutação rápida
de mais. Não é que o mundo e a natureza estarem em mudança constante que me
faça surpreender. Está em alteração climática, porque se implementou um sistema
de desenvolvimento humano todo ele baseado na exploração predatória das
matérias primas que a natureza fornece.
Por isso, reparemos na ironia desta
notícia: «A Cimeira do Clima que está a decorrer em Paris obrigou a deslocar à
capital francesa cerca de 50 mil pessoas, entre participantes oficiais e outros
colaterais (empresários, activistas, estudantes, jornalistas, etc.), de 195
países. Esta gente toda deslocou-se sobretudo de avião, o que representa uma
"pegada de carbono" da ordem das 300 mil toneladas de CO2 em emissões
para a atmosfera». Dá muito que pensar... Todo o sistema está mal, porque
sacrifica o planeta e coloca sobre ele um elevado custo.
Mais adiante a mesma notícia refere que
«Ao serem queimados, cada um destes 102 milhões de litros de combustível
libertou para a atmosfera 9,5 quilos de dióxido de carbono (CO2). Tudo somado,
os aviões que voaram para Paris por causa da Cimeira do Clima terão libertado
cerca de 287,5 mil toneladas de CO2 para a atmosfera, calcula o especialista.
A isto ainda há que juntar as emissões
de hotéis, restaurantes, espaços de lazer e as deslocações de carro e táxi
entre aqueles estabelecimentos e os locais das reuniões.
Ainda que pareça uma enormidade, o
número calculado é apenas uma gota nas emissões anualmente produzidas pelo
mundo inteiro: representa apenas 22 segundos do total das emissões globais».
São impressionante estes cálculos.
Neste sentido, embora ajudem nalguma
coisa o rol de cimeiras que já conta o mundo sobre as alterações climáticas,
que pouco ou nenhuns efeitos têm produzido para travar a desgraça, mais
importante seria investir forte nas energias renováveis e fazer uma aposta
muito acérrima e séria na educação de todos os cidadãos do mundo. E a par de
tudo isto, seria necessário fazer uma
mudança de paradigma quanto ao desenvolvimento que temos vindo a seguir.
O problema é universal, o remédio tem
que ser nesse âmbito. E não basta pensar e ficar à espera que a solução venha dos
governantes, não virá seguramente, estão amarrados pelos grandes interesses
económicos e pelas políticas consumistas que têm que levar a cada em cada um
dos seus países para saciarem a fome do lucro cego da alta finança que os
sustenta. A solução tem que vir dos cidadãos, dos povos e da humanidade
inteira. A pressão tem que vir daí e a mudança de comportamentos também fará o
seu caminho. Assim, deverá ser, porque está provado que o desenvolvimento
baseado no consumo desenfreado não faz bem ao Planeta Terra e está mais que
provado que não faz a humanidade ser mais feliz..
Obviamente, que o progresso humano tem
que continuar. Mas que seja todo ele baseado na educação para a paz contra
todas as formas de violência que têm conduzido a humanidade para o absurdo da barbárie.
E também deve ser importante cada pessoa por si ganhar uma consciência ecológica,
que a faça respeitar o meio ambiente, poupar os recursos naturais e usá-los com
medida, recusar o consumo cego e lutar pela paz, suscitando à sua volta um
clima de saudável convívio para que a vida se desenvolva com a qualidade
desejada, porque conduz à alegria da felicidade e à festa da fraternidade.
Todos somos responsáveis pela situação
moribunda do Planeta Terra e todos devemos ser também o remédio para salvarmos
da morte «a mãe terra» que nos sacia o corpo e alma. É disso que se trata
quando falamos de uma «casa comum» a ficar em ruínas.
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