Perante todas as formas de terrorismo
que está minando o mundo, só existe apenas uma palavra para definir as pessoas
que o provocam e se alimentam dele: assassinos. Ponto.
E lembremo-nos que o terrorismo não é só
o que se pratica com balas e bombas e que terroristas são só os que seguem a
religião islâmica à sua medida. Não sejamos redutores e injustos.
Um jovem muçulmano entrevistado por um
jornalista português, cujo nome de um e de outro não fixei, confessava a sua
perplexidade diante da barbárie, dizendo claramente com amargura e tristeza que
nada podia justificar isto. O Islão é paz, é amor, é vida, é respeito pelos
outros. Ficou tudo dito e serve para calar quem anda para aí a tentar remediar
a nossa fraqueza com bodes expiatórios e identificando os culpados com uma
tremenda ligeireza, fazendo outras vítimas sem culpa nenhuma. Ai como ficamos
desconcertados com a notícia que nos dá conta de que um terrorista dos
atentados de França tinha sangue português... Já disse e redigo, bandidos há-os
em todo o lado, em todos os povos e em todos os lugares do mundo.
Não falo de refugiados. Este é outro
assunto e sobre ele já está tudo dito. Aos governos europeus exige-se
responsabilidade e respostas humanitárias à desumanidade que nos rodeia.
Também será preciso não esquecer que as
vítimas de Paris não são seres humanos melhores que as crianças, os jovens, as
mulheres e os homens que morrem diariamente no Médio Oriente à mão de
assassinos desenfreados que não respeitam a dignidade das pessoas. Lembremo-nos
que todos os dias há massacres horrendos contra vítimas tão inocentes como as
de Paris.
Mas voltando ao credo ou aos credos.
Mais uma vez aprendemos que faz bem o credo cristão pôr-nos a rezar desta
maneira: «Creio em um só Deus, / Pai todo-poderoso, / Criador do céu e da terra
/ De todas as coisas visíveis e invisíveis». Basta apenas isto para dizer tudo
em relação à fé, que deve estar radicada em um Deus que cria e nunca na sua
pretensa capacidade de criar um deus à medida de uma pessoa e de um grupo.
A criação de deuses à medida da vontade
e do querer humano sempre foi uma constante ao longo da história da humanidade.
Não se pretenda agora fazer do Cristianismo o bonzinho e o exemplar na prática
religiosa, todas as vezes em que os cristãos se desviarem do «Deus não criado»
cometeram as piores atrocidades. hoje como ontem há grupos que criam o «seu deus»
e em nome dele pretendem um impor o seu poder e o seu domínio.
Para a verdadeira fé
Deus é o «não criado». Não se deixa criar, «Por Ele todas as coisas foram
feitas». Deixando claro, que até mesmo o filho enviado, Jesus Cristo para os
cristãos, é o «gerado, não criado...». Por isso, fica claro que o terrorismo
religioso resulta de uma «fabricação» de deuses à medida e nunca na verdadeira
doutrina que apresenta sempre em todas as religiões o caminho da fé num Deus
mistério que não se deixa nem nunca se deixou criar. Ele é o criador. Assim,
terá que ser para que em nenhuma parte do mundo nenhuma fé seja pretexto para
infligir balas na carne de seres humanos nem muito menos gatilho que faz
rebentar bombas.
1 comentário:
Padre José Luís Rodrigues, Amigo e Irmão, nós não somos "fabricantes de deuses". Nós somos testemunhas da Criação e herdeiros dela. Por conseguinte, costumo dizer o DEUS de Jesus, Único que eu creio e adoro. É o AMOR UNIVERSAL. Creio nesse DEUS o de JESUS. Dizia o Padre Jean Cardonell, le dominicain rouge, "Deus morreu em JESUS o CRISTO" . Creio num Deus ÚNICO e PLURAL, PAI/MÃE. Sei que só O encontro no AMOR. Não sou iconoclasta de deuses falsamente feitos de barro, de madeira, de plástico, de vinganças, de ódios construídos nas nossas frágeis inteligências, que só criem deuses de morte. O NOSSO "É de VIDA e de ABUNDÂNCIA". Um abraço.
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