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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Os sinais no horizonte

Para reflexão da missa do fim de semana que se advinha...
Os tempos correm tristes. A depressão toma conta de muita gente. A situação económica e política do nosso país contagia os estados de alma de toda a gente. As medidas de austeridade, provocam sobressaltos em muitos sectores e pouco ou nada parecem resultar. Ninguém escapa a um certo desânimo e parece não ter lugar o sentido da esperança. E mais grave ainda, parece, que a violência começa a ganhar adeptos e expressão muito forte nas ruas das nossas cidades. Fatalmente, nada que já não estivéssemos à espera. Vamos, apesar de tudo, ao reacender daquilo que é muito importante na vida, a esperança. É o que nos convida a fazer os textos da missa deste próximo domingo. Neste ambiente triste, cabe-nos recordar que em cada manhã a vida volta a ressuscitar e a dádiva de sabermos que os nossos olhos se reabrem para a luz da manhã deve ser um dom maravilhoso que todos devemos saber contemplar.
Vamos ver os sinais. Os nossos tempos ainda estão tristes, não só porque continuamos a ouvir palavras sobre austeridade, cortes nos salários, desemprego, terrorismo, violência, miséria, fome, desemprego, droga, corrupção, refugiados, morte por todo o lado...
Mas também, eles há sinais por todo o lado, nas palavras ofensivas, nos palavrões de pessoas que se esperaria elevação e dignidade. As ofensas roçam a linguagem do calhau e poucos se importam ou inquietam com isso. Parece já não existirem pessoas que merecem respeito.
A linguagem estalou com o verniz dos tempos que correm, porque a mentira vale muito mais, mas mesmo muito mais do que qualquer verdade. São poucos os que são "escravos" da palavra e muitos os que se limitam a dizer palavras ocas que depois não induzem à fidelidade do seu compromisso.
O povo é o bombo da festa. Algumas vezes parece satisfeito até certa medida. Basta-lhe muitas vezes vegetar à sombra da ignorância e comprazer-se com os arrotos da abundância de festas, quiçá, migalhas que caiem da mesa dos corruptos ou dos ditos democratas que este mundo vai gerando para nos desbaratarem a vida. Os tempos andam tristes. Dessa evidência nada nos livra. Ainda estou para crer na crise que inventaram, para fazer de pretexto para as piores artimanhas contra a vida e a dignidade das pessoas. Por isso, só acredito na crise dos bolsos vazios da generalidade das pessoas.
As dificuldades tomaram conta de muitas das nossas famílias. As faltas são muitas, porque a organização da vida social hoje, não está centrada nas pessoas, mas nos interesses dos grandes grupos económicos, os ditos mercados. Há-de renascer a esperança das cinzas da tristeza em que vida de tantas pessoas e famílias tinha sido mergulhada. Não é pecado sonhar isso, é um dever moral sentir e anunciar essa luz para todas as manhãs da vida.   
Agora, apesar de tudo fica-nos a garantia de Jesus que, num futuro sem data marcada, o mundo velho do egoísmo, da ganância e do poder pelo poder vai cair e que, no seu lugar, Deus vai fazer aparecer por todos nós e com todos nós, um mundo novo, de vida e de felicidade sem fim. A nós seus discípulos, Jesus pede que estejamos atentos aos sinais que preanunciam essa nova realidade e disponíveis para acolher os projectos, os apelos e os desafios de Deus, que se assumidos com honestidade conduzem à justiça e à felicidade.

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