Para reflexão da missa do fim de semana que se advinha...
Os tempos correm tristes. A depressão
toma conta de muita gente. A situação económica e política do nosso país
contagia os estados de alma de toda a gente. As medidas de austeridade,
provocam sobressaltos em muitos sectores e pouco ou nada parecem resultar.
Ninguém escapa a um certo desânimo e parece não ter lugar o sentido da
esperança. E mais grave ainda, parece, que a violência começa a ganhar adeptos
e expressão muito forte nas ruas das nossas cidades. Fatalmente, nada que já
não estivéssemos à espera. Vamos, apesar de tudo, ao reacender daquilo que é
muito importante na vida, a esperança. É o que nos convida a fazer os textos da
missa deste próximo domingo. Neste ambiente triste, cabe-nos recordar que em
cada manhã a vida volta a ressuscitar e a dádiva de sabermos que os nossos
olhos se reabrem para a luz da manhã deve ser um dom maravilhoso que todos
devemos saber contemplar.
Vamos ver os sinais. Os nossos tempos
ainda estão tristes, não só porque continuamos a ouvir palavras sobre
austeridade, cortes nos salários, desemprego, terrorismo, violência, miséria,
fome, desemprego, droga, corrupção, refugiados, morte por todo o lado...
Mas também, eles há sinais por todo o
lado, nas palavras ofensivas, nos palavrões de pessoas que se esperaria
elevação e dignidade. As ofensas roçam a linguagem do calhau e poucos se
importam ou inquietam com isso. Parece já não existirem pessoas que merecem
respeito.
A linguagem estalou com o verniz dos
tempos que correm, porque a mentira vale muito mais, mas mesmo muito mais do
que qualquer verdade. São poucos os que são "escravos" da palavra e
muitos os que se limitam a dizer palavras ocas que depois não induzem à
fidelidade do seu compromisso.
O povo é o bombo da festa. Algumas vezes
parece satisfeito até certa medida. Basta-lhe muitas vezes vegetar à sombra da
ignorância e comprazer-se com os arrotos da abundância de festas, quiçá,
migalhas que caiem da mesa dos corruptos ou dos ditos democratas que este mundo
vai gerando para nos desbaratarem a vida. Os tempos andam tristes. Dessa
evidência nada nos livra. Ainda estou para crer na crise que inventaram, para
fazer de pretexto para as piores artimanhas contra a vida e a dignidade das
pessoas. Por isso, só acredito na crise dos bolsos vazios da generalidade das
pessoas.
As dificuldades tomaram conta de muitas
das nossas famílias. As faltas são muitas, porque a organização da vida social
hoje, não está centrada nas pessoas, mas nos interesses dos grandes grupos
económicos, os ditos mercados. Há-de renascer a esperança das cinzas da
tristeza em que vida de tantas pessoas e famílias tinha sido mergulhada. Não é
pecado sonhar isso, é um dever moral sentir e anunciar essa luz para todas as
manhãs da vida.
Agora, apesar de tudo fica-nos a
garantia de Jesus que, num futuro sem data marcada, o mundo velho do egoísmo, da
ganância e do poder pelo poder vai cair e que, no seu lugar, Deus vai fazer
aparecer por todos nós e com todos nós, um mundo novo, de vida e de felicidade
sem fim. A nós seus discípulos, Jesus pede que estejamos atentos aos sinais que
preanunciam essa nova realidade e disponíveis para acolher os projectos, os
apelos e os desafios de Deus, que se assumidos com honestidade conduzem à
justiça e à felicidade.
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