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segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A confusão de valores

este domingo, II dia Mundial dos Pobres, fiquei marcado por muitas coisas, mas especialmente, por três frases que devem ser escalpelizadas e fazer-nos a todos pensar o quanto empobrecemos, isto é, o quanto perdemos a noção da hierarquia dos valores e que tudo não se justifica para travar argumentos a favor ou contra as causas, mesmo que estas causas sejam as mais nobres da vida. Recorro a La Palisse para dizer o óbvio, um animal é um animal, uma pessoa é uma pessoa. As duas realidades são distintas. Animais e pessoas merecem todo o respeito e deve ser cuidada cada realidade na sua condição. Não me encaixa bem quando se recorre à causa das pessoas para respeitar e cuidar dos animais. Não me soa bem quando se recorre aos animais para respeitar ou cuidar das pessoas. Precisamos de cuidar, respeitar as pessoas e os animais. Não se menospreza as pessoas quando cuidamos dos animais, não desrespeitamos os animais quando cuidamos das pessoas. Tudo faz parte da criação, tudo faz parte do ser e esse ser inteiro preenche o bocadinho do ser que me pertence. Tudo em tudo e todos com todos, é o que somos e o que devemos ser. Mas vamos às frases e convido os meus leitores a fazerem a vossa interpretação. Primeira: “Dia mundial dos pobres... povo, quem acha que o pobre deve ser mais defendido que gatos e cachorros?” (Por confusões deste género os pobres já foram espancados depois de serem denunciados à polícia e de terem feito pedidos às autoridades para os “limpar” da rua como se de cachorros se tratassem). Segunda, que afinal são duas, ditas por um “poeta”: “A questão das touradas é uma questão de liberdade”; “Mas sou pelas pessoas e sou por qualquer coisa de sagrado que há na corrida, qualquer coisa de sagrado muito antigo. Quem não percebe isso também não percebe a poesia, não percebe a literatura. É difícil explicar isso a quem tem uma posição sectária e fanática”. Enfim, coisas da vida... Aqui declaro que amo as pessoas e gosto muito de animais. Vou continuar a respeitar, a defender e cuidar de ambas as realidades sem que uma condição atropele a outra.

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