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sábado, 24 de novembro de 2018

O mar imenso que é a existência

olhemos o mar que banha a terra e os nossos pés. Ele, evoca a imensidade e a sublimidade de um mistério que não é nosso, mas fazemos parte dele. Mesmo que tantas vezes a nossa vida seja "como o lírio entre os espinhos" (Cant 2,1ss; Mt 6,28). Porém, o lírio estoicamente nunca deixou de nascer e florescer todos os anos para nos alegrar a alma e fazer sorrir o pensamento. Uma manhã e outra manhã, uma vaga e outra vaga ondulante e fria, que sempre vem ao nosso encontro marulhando o silêncio que as encostas imponentemente geram quando me concentro com os olhos da cara fechados mas com os da alma bem abertos.  Nesta profunda oração consolei-me surpreendentemente com as palavras de Goethe "A man sees in the world, what he carries in his heart" (O homem vê no mundo o que ele carrega no seu coração). Como seria tão eficaz para a felicidade do nosso mundo, haver mais tempo e mais predisposição para olhar para "o mar imenso" - utilizando uma expressão de Fernando Pessoa - do coração e nele entrar com a barca da vida até ao porto seguro do amor, porque "Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas nele é que espelhou o céu" (Fernando Pessoa, Mensagem. Poema X Mar Português. Edições Ática: Lisboa. 1959). Melhor sobre este mar da vida que o coração de cada um de nós tem, seria impossível dizer tão magistralmente como o nosso mestre da poesia.

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