uma reportagem no JM começa assim: “Exército 'recruta' crianças para mostrar como é a vida militar. O entusiasmo é grande” (JM - 19-11-2018). Quando vi escarrapachado tal brincadeira nas páginas em papel do jornal, espantei-me com tamanha barbaridade, mostrar trincheiras, metralhadores e outros instrumentos de guerra usados por adultos para ferir e matar. As crianças experimentaram brincando, daí a expressão “o entusiasmo é grande”. A coisa faz pensar, ainda mais se implica crianças que foram induzidas a brincarem com armas que matam. Comentei com algumas pessoas o que viam os meus olhos, não se admiraram tanto quanto eu, pensei, que devia ser coisa minha, por isso, decidir estar calado... Porém, felizmente, encontrei um amigo do facebook, Óscar Teixeira, a lamentar o sucedido desta forma: “O exército é, sem dúvida, uma instituição da maior relevância num país. Mas, infelizmente, pelos piores motivos do bicho homem. Poupem as crianças. Não se pode mostrar às crianças a vida militar como uma brincadeira, pois não se brinca com brinquedos que matam, como também já não se admite que se brinque com chocolates que ensinam a fumar. Pior, se o tabaco mata, a metralhadora foi feita para matar”. Fez acompanhar o seu comentário com a foto que apresento em cima. Corroboro plenamente estas palavras e acrescento apenas que gostaria de ver o nosso exército nos tempos de hoje a fazer actividades que promovam a vida e a paz. Todos devemos trabalhar para a paz. Admiro-me muito que pais e educadores destas crianças tenham aceite uma brincadeira do género de ânimo leve. Mas, enfim, provavelmente, os sentimentos belecistas entre nós parecem estar bem vivos no coração de miúdos e graúdos. Coisa grave quando se espera que a guerra seja um assunto bem arrumado nas calendas da história. A guerra mata e destrói, por isso, não se brinca com coisas sérias, porque a vida é importante de mais para que os resquícios da guerra venham atormentar-nos o bem estar, mesmo que seja por brincadeira.
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