nas errâncias desta vida, encontramos segredos, que se desvelam em palavras orquestradas em frases magníficas que dizem tudo sobre o tudo. Aqui este tudo, é Deus. Esse, de quem nada pode ser dito, pensado, sonhado... É sempre o Outro, o Inominável, a Alteridade por excelência. Então fico-me na sublime frase de José Saramago, que define o máximo sobre Deus e o que nós somos diante dessa realidade que Deus é... Diz assim o autor de o "Ensaio sobre a Cegueira": "Deus é o silêncio do universo e o ser humano é a voz que dá sentido a esse silêncio". Os ídolos, hoje, parecem desfrutar de uma saúde excelente, enquanto Deus parece suscitar menos fascínio no homem moderno. No entanto, são "ídolos mudos", que não podem salvar o coração do homem na sua mais recôndita necessidade de amar e ser amado. Quantas imitações, quantas distorções do verdadeiro rosto de Deus! Livre-nos, Deus, da crise moderna que é a crise de reconhecer Deus, há o eclipse de Deus, a ignorância de Deus, a aversão a Deus. Muita da esperança humana está a encontrar decepção quando busca respostas fora de Deus. Porque a humanidade subordina a sua vida, o seu futuro e tudo o que possui de bom a outros "senhores", procedendo assim sempre anda longe da felicidade. Faz-nos conscientes desta tragédia, para procurarmos encetar caminhos que nos humanizem de verdade, nos façam perder a vergonha de ter Deus no coração e sermos a voz do silêncio do "amor deste Deus" que nunca falha na Sua justiça.
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