Comentário à Missa do domingo VI da Páscoa
Dia 13 de Maio de 2012
A Palavra de
Deus é viva e eficaz. Todos os momentos da vida podem ser iluminados por esta
Palavra que Deus proclama. Não são estas ou aquelas formas de viver que dão
consistência à Palavra de Deus. Isto é, não é este esquema, esta forma de vida
ou aquela opção pessoal, que predefine a Palavra que Jesus nos envia. A Palavra
de Deus está para a vida toda e para todos os modos do existir assumidos com
amor e para o amor. Nada nem ninguém se pode considerar plenamente iluminado ou
totalmente consagrado pela Palavra de Deus, porque Deus não permite
aprisionamentos ou domínios desta ou daquela opção de vida. Somos chamados a
guardar a Palavra com amor e não a possuí-la com arrogância.
O Espírito -
o outro nome que também diz o amor - tem a função de nos convocar para o
desafio do acreditar, não para a condenação ou para o abismo da morte sem
retorno possível. Por isso, o caminho da fé iluminado pelo Espírito Santo,
encontrará sempre o sentido pleno.
Ora,
"Não fostes vós que me escolhestes; foi eu que vos escolhi e
destinei…". Esta frase é muito interessante, porque a nossa vida muitas
vezes está inquieta e perturbada com as artimanhas do quotidiano e com a
procura de um Deus ao nosso modo. O Deus de Cristo está aí no mais simples da
vida a chamar e a convocar para o amor. Dessa forma nos escolhe e nos destina.
Porém,
continuam a ser tantos os momentos em que nos sentimos fora do amor, porque
julgados pelos olhares desconfiados dos outros, com ar de desprezo e de
repúdio, por qualquer razão banal; as palavras sem espírito e ocas que nos
dirigem, que nos condenam e nos fazem ficarem tristes; as falsidades de
palavras animadoras e elogiosas, mas que por detrás nos afundam numa traição
sem escrúpulos e sem qualquer sombra de respeito; o Espírito de vingança que
tantas vezes nos ataca como se fosse alimento para viver com o prazer de ver os
outros na mais pura miséria; a mesquinhez das aparências, como se isso fosse o
mais importante da vida e da fé; a mediocridade do vazio de tantas situações
que nos provocam um sorriso de compaixão; as invejas são outra tendência
desumana e anti cristã que poderão perturbar a nossa mente e o nosso coração…
Mas,
infelizmente, embora, sendo tantas as coisas da vida que nada têm a ver com o
amor e que poderão inquietar e intimidar o nosso coração, a esperança é nesses
momentos a melhor das virtudes, porque o amor tudo vence. Não há outro caminho
para o sentido da vida e não há outro modo de construir o mundo senão fazer a
descoberta do amor apaixonado.
José Luís Rodrigues
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