A cultura
da fachada despudorada, da imagem excessivamente diplomática e a máscara das
aparências são imagens de marca de todas as instituições sociais. A política, a
religião, o desporto, qualquer tipo de entretenimento e quase toda a vida
social, carregam inevitavelmente a máscara da hipocrisia.
Não
suporto as palavrinhas mansas de gente sem princípios que bajula só para ficar
bem. Nem tolero a preguiça de pensamento que produz gente desmoralizada que não
é capaz de ter opinião própria e pensamento próprio. A lógica, que não é lógica
nenhuma, mas pura tontice, que gera funcionários - existe por todo o lado - que
não pensam por si mesmo, é uma nova forma de escravidão que muitos chefes
alimentam para terem à sua volta um bando de energúmenos desmiolados sem tino para
fazer nada de jeito. Basta isto para se iludir que se tem poder e que tudo
funciona.
No impacto da descoberta da obra de Sade, em
1947, Octavio Paz escreveu um poema que termina assim:
Ousa fazê-lo:
sê o
arco e a flecha, a corda e o «sim»!
Sonhar é explosivo. Explode. Sê novamente
um sol.
No teu castelo de diamantes, a tua imagem
autodestrói-se,
auto-refaz-se, e nunca se cansa».
(Pode ser encontrado este poema fascinante no
livro da Difel que acaba de ser traduzido em português, «Mais do Que erótico:
Sade»).
Só o Homem mais feliz de sempre nos pode salvar e
ensinar que só existe um caminho seguro de eternidade: «A verdade vos
libertará» (Jo 8, 32).
José Luís Rodrigues
(Imagem Google
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