Ao Ângelo Paulos, que hoje atravessou o existencial humano para toda a eternidade.
No existencial humano
que se forma misteriosamente
no ventre. Umas vezes é uma dor sentida
sobre um corpo.
Inerte. Silenciosamente,
como que dominado pela idade cortante
afiada na crista do tempo.
Sofrer solidariamente é uma dádiva
na grande vivência existencial
enrugada e triste numa tez
frágil e amarelecida no rosto
e nas mãos do trabalho.
Ali jaz doente a pobre
humanidade tomada
naquele quadro incandescente
ou ascendente solitária
sobre uma enxerga ancestral e vazia
onde está pousado o teu altar
que me fez ajoelhar,
fechar as mãos e os olhos sem pensar
para que a minha prece nada mais seja!
Basta descansar.
José Luís Rodrigues
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