Um reflexão excelente no Espírito do Papa Francisco... Porque muito atual e surpreende-nos totalmente. É disto que precisamos na Igreja Católica.
Existe uma
oitava obra de misericórdia, tanto corporal como espiritual, para se adicionar
às sete apresentadas pela tradição da Igreja: “cuidar da nossa casa comum”.
Quem a propõe é o cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, presidente do Pontifício
Conselho Justiça e Paz, que, falando no passado dia 25 de Fevereiro na
Universidade de Villanova, em Filadélfia, modelou a sua conferência dedicada
à encíclica Laudato si’ numa forma de “reflexão quaresmal para o Ano da
Misericórdia”.
Partindo da
premissa de que “a vida humana se alicerça em três relações fundamentais e
estreitamente interligadas: aquela com Deus, aquela com o próximo e aquela com
a terra”, o purpurado sublinhou que “quando uma destas relações se rompe” lesa
de alguma maneira o nosso ser totalmente inseridos no universo. Daí, portanto,
a «‘tremenda responsabilidade’ do género humano em cuidar da criação»,
mencionada na Encíclica, e o dever moral de ser não só “simples bons
administradores”, mas de ter um verdadeiro e concreto “cuidado” pela casa
comum. Neste contexto, o presidente de Iustitia et Pax do Vaticano apresentou
as obras de misericórdia tradicionais, seguindo uma chave de leitura, sugerida
pela mesma encíclica Laudato si’.
Para concluir, o
cardeal Peter Turkson fez a proposta de introduzir às sete obras de
misericórdia, já conhecidas, uma oitava obra, tanto corporal como espiritual: a
custódia da criação. “Acrescentaria uma oitava obra de misericórdia: cuidar da
nossa casa comum. Poderíamos assim – disse o cardeal Turkson – viver a
misericórdia na sua dupla dimensão: aquela de dom gratuito recebido do Senhor e
aquela de nascente que brota desde o nosso interior e que nos leva a partilhar
com os outros o dom da criação.”
As seis
portas para o cuidado da Criação
"Cuidar de
toda a Criação: uma porta para a nossa casa comum" foi o título de uma
palestra do cardeal Peter Turkson, presidente do Pontifício Conselho Justiça e
Paz em Londres no dia 4 de dezembro de 2015, alguns dias antes do Papa
Francisco abrir a Porta Santa da Basílica de São Pedro para inaugurar o Ano do
Jubileu de Misericórdia,
Na palestra, o
cardeal propôs seis "portas" através das quais abordar as crises
atuais, tendo como base a a encíclica, Laudato Si'.
A primeira
porta: Lembrar que as crises globais de injustiça e destruição ambiental afetam
todas as pessoas e cada parte do nosso mundo.
A segunda porta:
Todos devem agir, usando os meios mais adequados de pressão política – como
fizeram os bispos católicos no seu apelo aos líderes presentes na cimeira do
clima Paris – para que sejam adotadas energias limpas e a reciclagem de
resíduos.
A terceira
porta: Entender como toda a criação está interconectada, pois o modo como nós
tratamos a Terra repercute-se nos nossos companheiros humanos.
A quarta porta:
Identificar seriamente a urgência da nossa situação.
Quinta porta:
Devemos estar abertos ao diálogo e à busca de soluções em solidariedade com
todas as pessoas de boa vontade.
Sexta porta: O
diálogo mais profundo da oração pode levar a uma profunda conversão interior.
Precisamos adotar "uma visão superior" para o futuro do nosso
planeta. A oração permite-nos olhar, ansiar e esperar na direção certa.
Fonte: L’Osservatore Romano
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