Mais um processo aberto pelo Papa Francisco para acompanharmos com atenção...
Tela de Alexander Andrejewitsch Iwanow A Aparição de Cristo para Maria Madalena (imagem Google) |
O Cardeal Robert Sarah, Prefeito da
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos no Vaticano, emitiu um decreto no qual,
seguindo a vontade do Papa Francisco, estabelece que a memória litúrgica de
Santa Maria Madalena, celebrada a 22 de julho, se eleve à categoria de festa.
Na Missa e no ofício divino que se celebrarão
a partir de agora neste dia, serão utilizados os textos habituais do Missal
Romano e a Liturgia das Horas, mas a celebração da Missa contará com um
prefácio próprio intitulado «apostolorum apostola» (Apóstola dos
apóstolos).
A decisão de elevar a festa a celebração
de Santa Maria Madalena servirá para refletir de maneira «mais profunda sobre a
dignidade da mulher, sobre a nova evangelização e sobre a grandeza do mistério
da misericórdia divina», explica Dom Artur Roche, Secretário da Congregação
para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Muitos apertam os dentes e fazem-nos
ranger de raiva. Mas muitos outros na Igreja exultam de alegria com mais este
passo de gigante.
O título por si «Apóstola dos Apóstolos»
é já bem revelador da grande viragem e para quem preferir «revolução». Eis uma
mulher que a partir de agora passa a ser Apostola entre o grupo dos Apóstolos.
Coisa impensável numa instituição milenar, onde em quase todos os séculos que
preenchem estes dois milénios, predominou a vertente masculina da humanidade. O
Frei Bento Domingues definiu-a assim: «a Igreja Católica prega o serviço para
as mulheres, mas o poder, alto e pára o baile, está reservado aos homens».
Muito se escreveu, pintou e filmou
acerca desta figura. Um manancial bom e mau. Foram muitos os que tiveram
contato com as mais diversas notícias sobre Maria Madalena. Não raras vezes se
ouvia falar da esposa de Jesus, a mãe de um ou mais filhos de ambos, a
prostituta do Evangelho… Entre tantas outras coisas. Trago aqui à liça de
exemplo, o filme de Martin Scorsese, «A última tentação de Cristo» e o «Código
Da Vinci», que impressionaram em termos de vendas. Ambos baseados no presumível
segredo do casamento entre ela e Jesus.
(Imagem google) |
Mas agora importa salientar que após a
longa e difícil caminhada veio ao de cima a verdade, uma profunda verdade escondida
por muitos se fazerem de cegos e surdos. É a verdade de que para Jesus as
mulheres são iguais aos homens sem diferença alguma, têm o mesmo valor e as
mesmas capacidades. E foi tanto o tempo para libertar as escamas da cegueira e
limpar a surdez que conduziu à não admissão de que Maria Madalena é uma
apostola, a primeira a quem Jesus Ressuscitado apareceu em primeiro lugar,
precedendo os outros apóstolos. É, neste magnífico título, a Apóstola dos
Apóstolos.
Assim, fica restabelecido o papel preponderante de Maria Madalena em
todo o processo de Jesus e com este gesto o Papa Francisco desbrava outro
caminho, que pode ser também ainda muito longo, mas finalmente fica aberta essa
via para o reconhecimento do papel das mulheres na Igreja Católica. Um obrigado
ao Papa Francisco que compreendeu a urgência desta necessidade e que desta forma
acende uma luz que ninguém mais conseguirá a apagar.
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