O
Evangelho, que será proclamado nas missas deste Domingo, relata-nos a visita de
Jesus a casa de Simão, um fariseu abastado e sábio. Nisto aparece uma mulher
que se põe a chorar e a beijar os pés de Jesus. Perante esta circunstância
qualquer um de nós afastaria logo a mulher dando-lhe um pontapé para que não
nos incomodasse diante de tanta gente, porque a sua atitude, está a causar-nos
vergonha, e ainda mais violentamente reagiríamos, se soubéssemos que essa
mulher era de má vida.
Porém,
Jesus sabendo que esta mulher precisa do seu perdão e do seu acolhimento,
deixa-a estar como está. Esta situação será útil para Jesus ensinar que não
existe pecado nenhum que fique fora do perdão de Deus. Todas as pessoas têm
lugar na mesa do perdão, basta que o desejo de reconciliação esteja bem
presente no coração de todos.
Calculo
que os olhares de desdém e até de desprezo nesta ocasião tenham sido bastante apurados entre
todos os convidados de Simão. Mas, Jesus sabendo do que se passa no seu coração
interroga Simão com o seguinte caso, dois devedores, um que devia quinhentos
denários e o outro cinquenta, como não tinham forma de pagar foram perdoados,
qual deles ficará mais amigo do credor. A resposta é óbvia, «o que devia mais
quantidade».
Se
na lógica humana, funcionamos desta forma, porque não pode Deus fazer o mesmo
na sua acção misericordiosa em favor da humanidade, no exercício do perdão? -
Não há preço nem medida para a prática do perdão. Deus distribui a sua
misericórdia a todos, basta que a força do arrependimento seja uma realidade no
coração de todos.
Muitas
vezes, também podemos nos considerar os maiores pecadores do mundo ou então
apontamos o dedo para irmãos nossos que cometeram pecados graves na vida e
achamos que estão irremediavelmente perdidos. Não é bem assim, nunca nos
devemos considerar como tal e devemos pensar que o amor de Deus é sempre
infinito e aberto ao perdão. Diante do arrependimento, Deus não olha à medida
do pecado e mostra que não sabe senão perdoar sempre.
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