Estamos mesmo doentes. O governo
Regional anda doente. O nosso sistema de saúde está doente. A sociedade
madeirense ficou doente ou quem sabe se essa doença não veio com as caravelas,
que deixaram por cá uma doença crónica que nunca mais nos libertou deste estado
de doença fatal. Ou não haverá também alguma loucura pelo meio? – Certo, é que
este trapiche constante na saúde não pode continuar.
Nada do que se tem passado se tratará tanto
de doença. Antes devemos considerar que se trata mais de irresponsabilidade,
falta de vontade política, arrogância, prepotência, desrespeito pelos doentes e
uma serie de situações inadmissíveis que vão contribuindo, não tanto para uma
doença incurável nos hospitais, mas para um circo de que ninguém gosta da
brincadeira.
Não nos fazem rir saber que faltam
materiais necessários nos hospitais para cuidar convenientemente dos doentes.
Não nos fazem rir saber que as pessoas entram na porta do hospital com uma
determinada maleita e saem pela porta da morgue dentro de quatro tábuas. Não nos
fazem rir as várias politiquices à volta da saúde. Não nos fazem rir que alguns
se sirvam da saúde para fazer política partidária. Não nos faz rir quando
sentimos medo de visitar os nossos familiares e amigos quando estão internados
no hospital. Não nos fazem rir quando ouvimos dizer que as culpas das faltas no
nosso hospital eram dos estivadores que estiveram em greve, mas que entretanto
a greve parou e as faltam continuam e uma porção das chefias do hospital pede a
demissão porque não têm condições para trabalhar. Não nos fazem rir todas as
situações esquisitas que várias pessoas contam relativamente a experiências
passadas consigo nos hospitais…
Há uma série de situações no nosso sistema
de saúde regional, que nos levam a temer o pior e a vivermos numa desconfiança
em relação a uma realidade tão importante para a nossa qualidade de vida. Não
pode ser assim, precisamos que o Governo Regional se dedique à saúde e deixe
menos de andar entretido com a imagem/propaganda, com as paisagens, com viagens e comece
um pouco a ter em conta a vida quotidiana dos madeirenses, porque a Madeira em
primeiro lugar é para quem vive cá todo o ano.
Por isso, devemos exigir
responsabilidade em primeiro lugar da entidade que tutela a saúde e que tudo
faça para que tenhamos os melhores profissionais empenhados e dedicados ao bem
estar das pessoas quando estão doentes. A saúde é o bem mais precioso que
temos, não deve fazer parte de joguetes malévolos que semeiam anarquia e medo. Muito
menos devem as chefes serem escolhidas pelo cartão de militância partidária,
mas pela qualidade e formação que apresentem. Pensemos todos nisto, porque isto
diz respeito a todos nós.
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