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sexta-feira, 17 de junho de 2016

O fim de algumas congregações religiosas

Desde 2015 para cá encerraram em Espanha 341 casas religiosas, em média fecham uma por dia. Destas 341 casas fechadas 270 são conventos de religiosas (freiras), 71 são de sacerdotes ou frades.
Quando tomei conta pela primeira vez desta sangria, pensei que pudessem estar incluídos, grupos e movimentos religiosos. Mas não, trata-se de casas de congregações religiosas, algumas delas centenárias. Fecham por causa da escassez de vocações e por causa da elevada idade dos consagrados.
É preciso não esquecer que muitas das congregações religiosas desvirtuaram o seu espírito inicial e não podiam continuar com os mesmos métodos de há 200 ou 300 anos. A humanidade muda, algumas coisas da Igreja Católica, às vezes não percebe isso.
É este o presente e futuro da Igreja Católica na Europa. Nada de dramas, considero. Para já são as congregações religiosas e outras realidades religiosas se seguirão. A população tradicionalmente católica envelhece e não parece haver predisposição para a regeneração. Por isso, o que se espera senão que muitas dinâmicas religiosas sem vocações, envelhecidas e sem gente à suas volta, não venham a ter o seu fim anunciado?
A vida deste mundo é assim. Nada é eterno. Obviamente, que devemos olhar este fim como um desafio e se tantas coisas deixam de serem úteis para as populações, porque carga de água as casas religiosas, realidades também deste mundo, que se mormente se enclausuraram no passado, para não dizer pararam no passado, iriam subsistir eternamente?
As casas religiosas acabam e outras coisas se seguirão, porque a vida do mundo não está parada, a humanidade não é estática e outras coisas aparecerão para dar resposta à inquietação religiosa das populações. Não é dramático que assim seja, mesmo que à partida nos levante algum espanto.
O desejo de salvação de Deus continua bem vivo e de pé, a criatividade do Espírito Santo providenciará seguramente, outras formas que conduzam as pessoas ao encontro com o bem, com a verdade plena, com a salvação, com ajustiça e com a paz. Os valores eternos não morrem e o coração humano não acaba e muito menos fechará as suas portas.

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